InícioEm FocoUNITA vem assemelhando-se ao MPLA na não prestação de contas à sociedade

UNITA vem assemelhando-se ao MPLA na não prestação de contas à sociedade

Apesar de ter administrado o Galo Negro em condições de dificuldades extremas, em face da guerra em todo o lado, Jonas Savimbi morreu sem que a UNITA tivesse dívida com credores, além de seus colaboradores terem ciência do quanto o partido facturava com a cobrança de imposto da exploração de diamantes, que era a fonte oficial de arrecadação de receitas. Mas, nos dias que correm, o partido mais próximo de substituir o MPLA no poder, e que promete transparência, tem falhado imensamente neste quesito.

Arnaldo Vilinga

A UNITA, maior organização política na oposição, e que se abriu para a sociedade, colocando em seu grupo parlamentar e no seu governo sombra pessoas que nada têm a ver com o partido, está, em termos de transparência, a aproximar-se ao seu maior rival, o MPLA, a quem profere vários impropérios.

Embora tenha administrado o Galo Negro em condições de dificuldades extremas, perante a guerra em todo o lado, Jonas Malheiro Savimbi morreu sem que a UNITA tivesse dívida com credores, além de boa parte dos quadros saber o quanto o partido facturavacom a cobrança de imposto da exploração de diamantes, este que era a fonte oficial de arrecadação de receitas.

Mas, nos dias que correm, o partido que promete transparência e ser diferente do actual Governo caso venha a substituí-lo, não só se escuda na lei que não o obriga a prestar contas ao público, como também não cumpre a promessa de esclarecer à sociedade o montante que arrecadou com a campanha de angariação de fundos durante as eleições de 2022.

A Lei de Financiamento dos Partidos Políticos determina as fontes de angariação de receitas e exige às organizações políticas com assento parlamentar, que são os únicos partidos beneficiárias do Orçamento Geral do Estado (OGE), a apresentar relatório anual ao presidente da Assembleia Nacional.

Já no âmbito das eleições, as organizações políticas concorrentes devem, no quadro da Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais, apresentar o relatório de angariação de fundos e os gastos à Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que deve emitir um parecer e publicar no jornal de maior circulação do País. Porém, nem sempre este exercício tem sido feito. A UNITA, que diz ser diferente, não só se escuda nessa falha dos órgãos do Estado como também não tem iniciativa de clarificar seus gastos.

Durante as eleições passadas, o partido chefiado por Adalberto Costa Júnior, promoveu uma vasta campanha de angariação de fundos, tendo convidado a população a contribuir com o que tem para que fosse possível fazer face ao poder económico do MPLA, tendo prometido apresentar contas mais tarde.

As contribuições aconteceram, mas até ao momento não se sabe quanto o Galo Negro angariou com a campanha nem como gastou. Nenhum relatório foi apresentado ao público.

Ainda no quadro das eleições, a UNITA contratou a consultora israelita Adi Timor, uma importante consultora em assessoria em marketing eleitoral, cuja acção já levou a vitória eleitoral vários líderes africanos.

“Subscrevemos um contrato com a empresa israelita de comunicação e marketing, a Adi Timor, uma empresa muito competente em matéria de eleições”, confirmara o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior.

Ao que se sabe, os preços praticados pela Adi Timor não são pouco onerosos, anda à volta dos milhões de dólares. Mais uma vez, a UNITA recusa-se a tornar público quanto custou para os seus cofres a contratação da Adi Timor.

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