InícioEm FocoPGR luta para recuperar dinheiro “desviado ” por Carlos São Vicente

PGR luta para recuperar dinheiro “desviado ” por Carlos São Vicente

A justiça angolana está “a trabalhar” com vários países, incluindo Suíça e Portugal, para recuperar quase 1,9 mil milhões de euros do empresário  Carlos São Vicente.

O  Procurador-Geral da República de Angola, disse em Luanda, que as contas bancárias do genro de Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola, se encontram na Suíça (mais de 1.000 milhões de dólares, 940 milhões de euros), Portugal, Singapura, Dubai e Bermudas.

“Nós temos de executar a sentença que foi decidida pelos tribunais angolanos. Neste momento o processo já não tem mais nenhum recurso, é um caso julgado”, sublinhou o procurador.

O empresário luso-angolano, casado com Irene Neto, cumpre uma pena de nove anos por peculato, fraude fiscal e branqueamento de capitais, tendo sido também condenado ao pagamento de uma indemnização de 500 milhões de dólares.

“Temos estado a trabalhar com as autoridades suíças no sentido de pôr este dinheiro à disposição do Governo angolano”, disse Helder Pitta Grós, indicando que as autoridades angolanas já estiveram, por exemplo, em Singapura, para tentar recuperar 550 milhões de dólares.

Nas Bermudas estão mais 200 milhões de dólares, no Dubai 18 milhões de dólares e em Portugal 20 milhões de euros, num total de quase 2 mil milhões de dólares que deverão reverter para o Estado angolano ou ficar à disposição do Estado angolano nos países onde estão, defendeu Pitta Grós.

“Nos contactos que temos tido ainda não nos foi dito: ‘esse dinheiro não pode ser posto à vossa disposição’. Temos conversado, falado e têm dito que o dinheiro é nosso”, prosseguiu o responsável, precisando que foram solicitados esclarecimentos sobre algumas questões, nomeadamente que o dinheiro foi conseguido através de atos ilícitos.

“Felizmente temos tudo isso e podemos demonstrar de onde saiu o dinheiro e como chegou até ali”, disse, lembrando que foi a própria Suíça que comunicou a Angola a existência das contas bancárias de São Vicente.

“Também não será fácil para qualquer banco, de repente, mil milhões saírem”, observou, salientando que também “há que ter em conta o ordenamento jurídico desses países”, já que os tribunais terão também de autorizar que o dinheiro seja entregue a Angola.

“Aguardamos que os processos caminhem e estamos a fazer esse acompanhamento, poderá haver alguma dificuldade para a banca comercial disponibilizar tanto dinheiro de um momento para o outro, [mas] o importante é termos a decisão [para] que o dinheiro seja posto à disposição do nosso Governo”, afirmou Pitta Grós.

Reafirmou, por outro lado, que Angola não foi notificada do parecer de um grupo de trabalho da ONU sobre o processo de São Vicente, que davam conta de ilegalidades na detenção do empresário e dono da extinta seguradora AAA, pelo que não pode “levar em conta esta questão”.

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