InícioOpiniãoImpacto na Economia do Conflito Israel – Palestina

Impacto na Economia do Conflito Israel – Palestina

Rui Patrício*

A economia mundial está ainda a recuperar da inflação causada pela invasão da Ucrânia por
parte da Rússia no ano passado, que fez subir os preços do combustível em todo o Mundo.

A guerra entre Israel e a Palestina ainda não afetou diretamente a produção e exportação de petróleo, mas a Bloomberg Economics avança que os preços podem atingir, na pior das hipóteses, os 141 euros por barril e o crescimento global pode cair 1,7%, originando uma recessão que retira cerca de 1 trilião de euros à produção mundial.

A economia europeia, ainda muito dependente dos combustíveis fósseis importados, seria
consideravelmente afetada num cenário de guerra direta entre o Irão e Israel. Apesar da
intensificação do processo de transição energética nos últimos anos (objetivo de neutralidade carbónica em 2050) e da procura por segurança energética desde a eclosão da guerra na Ucrânia, a Europa e Portugal ainda são muito dependentes do petróleo.

O conflito poderá traduzir-se em menos PIB, mais inflação, taxas de juro mais elevadas do que o esperado. As taxas de juro irão afetar o consumo privado e o investimento, enquanto a deterioração do PIB mundial deverá degradar as perspetivas para as nossas exportações. Todos estes efeitos são negativos, restando saber a sua amplitude, que dependerá da intensidade da subida dos preços
da energia (e também do gás natural).

Num cenário ainda mais grave, de confronto militar direto entre Irão e Israel, poderia originar uma recessão global.

A ameaça nuclear e a proximidade política e estratégica entre Irão e Rússia são dois pressupostos alarmantes. Por outro lado, a desestabilização efetiva de todo o Médio Oriente seria um acontecimento de consequências imprevisíveis e potencialmente catastróficas.

Neste caso, segundo a Bloomberg, assistir-se-ia a um aumento de sessenta e quatro dólares no preço do barril de petróleo, a uma queda de 1,0 p.p. no PIB mundial e a um acréscimo de 1,2 pontos percentuais na inflação à escala global.

É urgente regressar às negociações e assegurar o respeito pelo direito internacional por questões humanitárias e económicas.

* Consultor Financeiro 

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