As contas de balanço do Banco Valor registaram um corte acentuado no stock de crédito de 36% para apenas 3,3 mil milhões de Kwanzas, até 31 de Dezembro de 2022, o que não impediu a instituição controlada pela família do empresário Álvaro Sobrinho de inscrever lucros de 3,4 mil milhões de Kwanzas, de acordo com o relatório e contas da instituição.
Segundo o portal económico Primeira Página, o balanço do banco, que normalmente deve fazer constar as mensagens do conselho de administração e/ou da sua comissão executiva, a explicar os principais eventos registados ao longo do exercício financeiro 2022, não anexa quaisquer explicação sobre o que terá motivado o corte substancial no crédito, mas a Primeira Página sabe que, nos últimos anos os bancos têm adoptado maior prudência na concessão do crédito com o receio do malparado, e, por conseguinte, têm manifestado maior apetite à captação e negociação de títulos de dívida pública. Isto explica, em parte, a quebra acentuada que se vai registando na carteira de crédito da maioria dos bancos comerciais.
De acordo com a fonte, na prática, até 31 de Dezembro do ano passado, o banco que até há mais ou menos dois anos foi liderado e controlado pelo banqueiro e empresário Álvaro Sobrinho, cortou perto de 2 mil milhões de Kwanzas no stock de crédito reservado às famílias e demais agentes económicos.
Apesar do crédito ter deslizado nos 36%, as contas do Valor registaram um total de 3,4 mil milhões de Kwanzas, um crescimento de mais de 30% face ao total recolhido em igual período do ano anterior.
Para além do crédito, outra importante rubrica do balanço, o activo, fechou o exercício também a registar queda de quase 2%. Até finais do ano passado, o activo foi de 56.939,7 milhões de Kwanzas, contra os anteriores 57.935,7 milhões de 2021.