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Substituir produção interna por importações para satisfazer o consumo pode ser muito perigoso

Substituir a produção interna por importações para satisfazer o consumo, numa altura em que o seu peso apresentava já indícios de querer saltar de 12% para 18%, pode ser muito perigoso, segundo investigadores do Cinvestec.

Num relatório publicado hoje em Luanda, os autores dizem que as medidas que tendem a substituir a produção interna por importações são uma inversão total do processo e não estimulam o crescimento do consumo, que vem caindo constantemente desde 2017, representando, no 2.º Trimestre de 2021, 50% do que era 2017.

Os investigadores do Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíadas de Angola (Cinvestec), apontam o “enorme retrocesso da produção interna como um dos factores importantes da inflação mais recente, que teve impacto na redução do consumo.

No documento intitulado Relatório Economico do 1º Semestre de 2021, referem que a importação de bens de consumo atingiu níveis preocupantes no 2.º e 3.º Trimestres de 2020, mas recuperou no 4.º Trimestre para o nível de 60% de 2017 (nível que, com algumas oscilações, mantém desde a crise do IVA/Taxa flexível).

Ninguém pode ser insensível à actual situação social do país dizem, porém, alertam, que é necessário subsidiar a “produção interna”, ou estaremos a preparar um futuro muito pior para os nossos filhos e netos!

Os investigadores apontam como possível solução a manutenção da taxa de câmbio e os impostosaduaneiros e revisão das taxas aduaneiras de forma que a produção interna seja mais competitiva.

Há que estudar cada produção, enquanto se aplicam as actuais taxas, substituindo-as, caso a caso; e há que corrigir os muitos problemas do nosso ambiente de negócios para que a produção interna se desenvolva. Não podemos deteriorar com medidas de carácter monetário e fiscal a competitividade e atractividade na produção interna.”

Sugerem também a redução dos impostos para os produtos de maior consumo, compensando esta descida com aumentos de outras rubricas de menor efeito social, mas alertam que não qualquervantagem em fazer uma redução líquida de impostos num momento em que precisamos de os aumentar.

Entendem que a despesa fiscal deve ser urgentemente revista, substituindo a enorme despesa em burocracia e defesa por despesa social (embora saibamos que parte da despesa com a defesa é de natureza social e muito importante) e, sobretudo, tornar a despesa social muito mais eficaz e produtiva.

A solução não pode ser outra senão apoiar a produção interna e os mais necessitados, reiteram.

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