Documentos divulgados através das redes sociais, atestam que o ex-administrador da Sonangol e actual embaixador de Angola no Quénia, recebeu consideráveis quantias em dólares do empresário francês, com residência no Porto, Portugal.
Segundo o site CamundaNews, Sianga Abílio e Baptista Sumbe foram, entre 2005 e 2006, terão recebido quase sete milhões de dólares para facilitarem vários contratos em Angola.
Didier Keller foi director-geral da SBM Offshore, empresa com sede na Holanda, que, em Angola detém interesses na Paenal – Porto Amboim Estaleiros Navais, Ld.ª, e em Agosto deste ano condenado por corrupção pelas autoridades suíças, os 24 meses de prisão a que foi condenado foram convertidos em três anos de pena suspensa.
Sianga Abílio, embaixador de Angola em Nairobi, já terá negado as acusações que lhe são imputadas pelo empresário francês como facilitador de negócios petrolíferos em Angola, no entanto um documento amplamente partilhado na redes sociais, mostra os valores pagos a Sianga Abílio, em nome próprio ou através da Demografos África Ld.ª, por Didier Keller.
Na lista de gestores eventualmente subornados surge ainda Manuel Jesus Sardinha de Sousa, na altura responsável de produção da Sonangol, que beneficiou de 600 mil dólares, pagos em cinco prestações, para decidir a favor da empresa em dois negócios, um em que estava envolvido Sianga Abílio e um segundo relacionado com um contrato relativo à construção e arrendamento para a petrolífera Exxon Mobil de dois navios FPSO no campo petrolífero Kizomba.
Segundo a sentença os gestores receberam os valores através de empresas a que estão ligados: Mardrill (Baptista Sumbe) e a Demógrafos África Lda (Sianga Abílio).
Também utilizaram contas de familiares, como são os casos de Cristina Santa Rodrigues Coelho de Sousa (mulher de Manuel Jesus Sardinha de Sousa) e Rosa Nuda de Lemos José Maria Sumbe (mulher de Baptista Muhongo Sumbe).
