InícioEm FocoRegina de Sousa: a juíza da máfia*

Regina de Sousa: a juíza da máfia*

O que levaria uma juíza, até bem aceite publicamente, a mandar às favas todo o prestígio acumulado, a ignorar os mais elementares princípios éticos e a entregar-se de corpo e alma aos mais básicos instintos do homem?

A resposta a esta pergunta não carece de raciocínios profundos. Basta analisar as próprias atitudes da juíza Regina de Sousa, presidente da segunda câmara do cível do tribunal provincial de Luanda, para entender as razões do seu acto desesperado. E mais: basta olhar a velha máxima “diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”.

Com quem, afinal, anda a juíza Regina de Sousa? Com Álvaro Sobrinho, conforme conta quem a conhece bem. Antes de ter protagonizado a façanha que a levou a ser suspensa e alvo de um inquérito pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial, a juíza foi vista, por várias vezes, a frequentar, na Ilha de Luanda, a marina gerida e detida pela família Madaleno, de que Álvaro Sobrinho é o todo-poderoso chefão. Não seria de espantar, por isso, que tenha sido nessas idas e vindas da marina – onde estão atracados os luxuosos iates da famílias, em conversas e outras coisas mais que hão de lembrar ao diabo regadas, certamente, com o que de melhor haver de champagne por cá – que a juíza se tenha deixado seduzir pela vida de luxo que lhe foi escancarada, ao ponto de tomar a atitude suicida que tomou.

Numa certa tarde, no alto da sua autoridade, lá rumou a juíza à sede do Banco Económico, em Luanda, para tentar forçar o Conselho de Administração a desbloquear as contas bancárias do seu amigo de estimação, no caso do padrinho Álvaro Sobrinho, onde se encontram em repouso absoluto a nada módica quantia de quase 300 milhões de dólares. Assim mesmo, sem esperar pelo trânsito em julgado do processo,  e sentindo-se possuída pelo champagne e, sabe-se lá mais o quê, de Álvaro Sobrinho na barriga, a juíza entendeu-se investida de poder suficiente para realizar a façanha do desbloqueio das contas e, assim, agradar o seu novo amigo. Não fosse alguém atento ter lançado para as redes sociais o desenrolar do episódio antiético da juíza, o facto ter-se-ia consumado. Felizmente foi travado a tempo, e a juíza Regina de Sousa acabou escorraçada da sede do Banco, com a sua segurança reforçada com 12 agentes da Polícia Nacional, valendo-lhe, dias depois, uma suspensão e um processo disciplinar.

Mas a coitada da juíza é apenas uma humana que se deixou levar pela fraqueza da sua carne. Quem conhece, minimamente, o modo de agir da família Madaleno, com certeza que não se espantou com o desenrolar deste caso, típico de uma trama de Hollywood. Afinal, os madalenos, chefiados por Sobrinho, são hábeis na arte de corromper. Na sua folha de pagamentos, consta toda a sorte de profissionais, com predilecção para os do sector judicial, policial e para jornalistas, todos eles prontos para agirem cegamente em nome do conforto, financeiro, ou de outra ordem, proporcionado pela aliança diabólica regra geral operacionalizada pela longa manus de Álvaro Madaleno Sobrinho, o seu irmão Emanuel Madaleno.

Não espanta, por isso, a natureza dos ataques, muito de carácter pessoal, que estão agora a surgir de vários quadrantes contra quem tenha tido a sensatez de travar a juíza Regina de Sousa. Eles provêm, apenas, de membros escamoteados e bem pagos de um gangue liderado, ao bom estilo da máfia ciciliana, pela família de Álvaro Sobrinho. A juíza Regina faz parte desta máfia, tal como muitos outros sequazes que não tarda estarão aí, prontos “a matar” em nome do poderoso chefão.

*In WhatsApp

Mais recentes

Notícias Relacionadas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

error: Conteúdo protegido !!