A pequena corrupção no país tem vindo a piorar e grande parte das chefias locais dos serviços não é activa na exigência de elevados padrões de produtividade, o que deixa espaço aos maus funcionários para criarem entraves e sistemas de favores que, até hoje, têm conseguido deixar a milhas os poucos sistemas de controlo e simplificação que foram implementados.
A conclusão é dos investigadores do Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíadas de Angola (Cinvestec) e consta do Relatório Economico do 1º semestre de 2021, lançado hoje, em Luanda.
O relatório, a que o Luanda Post teve acesso, refere que o combate à grande corrupção tem registado progressos, sendo hoje claro que os cargosgovernamentais, pelo menos até ao nível de secretário provincial, não conferem qualquer imunidade.
Contudo, os investigadores defendem ser necessário que a transparência aumente, que as adjudicações directas se tornem a excepção, que em todas as adjudicações, directas ou por concurso, sejam publicitadas as condições do negócio. Igualmente defendem que se reduza o nível de discrepâncias na conta externa e que a execução orçamental não tenha zonas cinzentas, percebendo-se para onde vai a dívida contratada.
Sem o reforço do sistema de controlo sobre a execução das tarefas dos funcionários públicos, todos os esforços de simplificação e desburocratização serão,efectivamente, boicotados, concluem.