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Leopoldino Fragoso do Nascimento, o general “bilionário”

Leopoldino Fragoso do Nascimento, o General “Dino”,  nasceu em Luanda, a 5 de Junho de 1963.

Licenciou-se em Engenharia de Telecomunicações na Universidade de Veliko Tarnovo, na Bulgária, em 1988.

Segundo o site do seu grupo empresarial, esta especialização em telecomunicações seria relevante para a sua carreira militar, que começou em 1989, e também para o início da sua carreira como empresário.

Uma década depois de ter ingressado no Exército, em 1999, foi graduado General. Em 2004, aposentou-se.

Casado e pai de cinco filhos,  começou a sua carreira empresarial em 1990, com pequenos negócios de venda de bens alimentares, de transportes (incluindo táxis) e, mais tarde, de equipamentos de telecomunicações.

Em 2009, fundou a Cochan, que gere um portefólio diversificado de investimentos nas áreas da Agro-indústria, Distribuição, Energia, Imobiliário e nos Transportes e Logística.

O grupo  detém no seu portfólio as empresas Biocom, DT-Group, Kero, Puma Energy e UNITEL.

Homem  forte do regime do anterior Presidente, José Eduardo dos Santos, o empresário foi constituído arguido no âmbito de um processo relacionado com contratos entre o Estado e a empresa China International Found (CIF), no âmbito do extinto Gabinete de Reconstrução Nacional.

A par do General “Kopelipa”, Leopoldino Fragoso do Nascimento, tem sido notícias por conta da entrega dos bens “constituídos com fundos públicos”, tendo devolvido ao Estado as fábricas de cerveja (CIF Lowenda Cervejas), de logística (CIF Logística), de cimento (CIF Cement) e de montagem de automóveis (CIF SGS Automóveis).

Foram também entregues a totalidade das acções que detinham na empresa BIOCOM — Companhia de Bioergia de Angola (que tem participações da Sionangol e Odebrecht), através da Cochan, a rede de supermercados Kero, através da cedência de 90% das participações sociais do grupo Zahara Comércio, S.A. e a empresa Damer Gráficas — Sociedade Industrial de Artes Gráficas.

Fizeram também a transferência de titularidade para a esfera patrimonial dos bens que já tinham sido apreendidos nos dias 11 e 17 de fevereiro, designadamente 24 edifícios de habitação e outros equipamentos da centralidade do Zango 0 denominada “Vida Pacífica”, a centralidade do Kilamba KK5800, com 271 edifícios e 837 vivendas em diferentes níveis de construção e os edifícios Cif Luanda One e Cif Luanda Two.

‘Dino’ fez parte do chamado triunvirato que gravitava à volta da família de José Eduardo dos Santos, juntamente com o general Hélder Vieira Dias Júnior (‘Kopelipa’) e o ex-vice-presidente Manuel Vicente.

Entre as principais participações empresariais conhecidas do general  esteve também o Banco Económico, que resultou da falência do Banco Espírito Santo Angola e o grupo de comunicação social luso-angolano Newshold, para além da participação de 15% na Puma Energy.

No final do ano passado, a Polícia Judiciária portuguesa terá intercetado uma transferência de 10 milhões de euros da conta de ‘Dino’ no Millenium BCP a caminho da Rússia, acreditando-se que o destinatário era Isabel dos Santos, o que o general desmente.

O general  é a segunda figura angolana, com uma fortuna devidamente identificada e em seu nome, acima de um bilião de dólares (mil milhões). Isabel dos Santos é a primeira e continua a ser a única angolana que consta da lista de bilionários da Forbes, com uma fortuna avaliada em mais de US $3 biliões.

Ex-consultor do ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do presidente da República, o general é conhecido como delfim e testa-de-ferro do presidente José Eduardo dos Santos.

Segundo o site Maka Angola, uma investigação do jornalista Michael Weiss, publicada em Fevereiro de 2014, pela revista norte-americana Foreign Policy, só a participação societária do general  na multinacional Puma Energy International, de 15 por cento, confere-lhe uma fortuna de US $750 milhões. A Puma Energy é uma subsidiária da multinacional suíça Trafigura, considerada como o terceiro maior negociante privado de petróleo e metais, a nível mundial.

Em 2010 o general pagou US $213 milhões pela aquisição de 18.75 por cento do capital da Puma Energy, que está avaliada em US $5 biliões. No entanto, em 2011, as acções do general baixaram para 15 por cento e há relatos de que podem baixar para 5%.

A Sonangol Holdings é sócia do general na Puma Energy. Em 2011, de acordo com o Financial Times, a Sonangol pagou US $500 milhões por 10 por cento das acções, obtendo uma participação total de 30 por cento. Ao todo, o regime angolano detém 45 por cento da Puma Energy.

Para além de ser o único nome listado como proprietário da Cochan Bahamas, empresa usada na compra de acções da Puma Energy, o general Dino também detém 50 por cento da DTS Holdings, outra subsidiária da Trafigura, cuja refinaria de petróleo valia, em 2011, mais de US $3.3 biliões, segundo a Foreign Policy.

 

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