A “protecção que João Lourenço tem vindo a prestar a Edeltrudes Costa Chefe do seu Gabinete, desse modo cerceando a exposição do mesmo, a consequências políticas e criminais da alegada implicação em casos de corrupção, é essencialmente a traços do seu perfil, que o tornam importante no funcionamento do sistema de poder em Angola.
Segundo o boletim África Monitor, a “inação” atribuída a João Lourenço ante as consistentes acusações de corrupção, movidas contra Edeltrudes Costa, com base em contratos com o Estado, dos quais uma empresa (EMFC) de sua propriedade retirou substanciais proveitos, é também remetida para a posição incómoda em que o próprio ficou por ter autorizado a operação.
A condição de protegido de João Lourenço, vulgarmente também associadas à Manuel Vicente, outra personalidade controversa do regime, é igualmente atribuída a factores entre os quais, releva o manancial de conhecimento que o mesmos tem da alta corrupção do regime, parte importante da qual alimentando com dinheiros da petrolífera Sonangol, campainha da qual foi Presidente do Conselho de Administração (PCA), entre 1999/2012.
Edeltrudes Costa (de ascendência santomense), deve a ascensão que a sua vida pública conheceu também, ao General Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa” também figura proeminente ao longo do consulado de José Eduardo dos Santos (JES).
Entre as tarefas, que como Chefe da antiga casa militar estavam cometidas a “Kopelipa” contava-se a de acompanhar e controlar os processos eleitorais, no sentido da montagem de engenharias destinadas a garantir vitórias ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
