A Federação Angolana de Futebol (FAF), liderada por Artur Almeida e Silva, bem como a Associação Nacional dos Clubes de Futebol (ANCAF), instituição presidida pelo comissário Alves Simões, vão nesta terça-feira, 24, assinar o contrato e memorando de entendimento que irá permitir a dupla organização do Girabola e de outras competições, soube o Luanda Post através de um ofício trocado entre as partes.
O evento, segundo soube este jornal, acontece na sala de reuniões do quinto andar da FAF, cujo início está previsto para as 10h00 desta terça-feira, 24. A ANCAF estará representada por Alves Simões, João Lusevikueno, Dino Paulo e por Adilson Izata, advogado desta organização.
A entrada da associação de clubes na competição visa criar as bases com vista ao surgimento da Liga de Futebol de Angola, inicialmente prevista para a presente época, mas que ficou adiada na última assembleia geral ordinária que a FAF realizou em Julho último na província do Bié, quando era esperada já no regresso do defeso, tendo acabado por ter longos dias por força do surgimento de vários casos disciplinares arrastados à esfera judicial.
Na altura, a equipa liderada por Alves Simões chegou a anunciar, por intermédio de Dino Paulo e João Lusevikueno, que tinham a máquina toda afinada para a institucionalização da Liga, nomeadamente patrocinadores, condições financeiras de suporte dos custos da arbitragem e a televisão que irá ter os direitos de transmissão de jogos, bem como a definição das modalidades de partilha do bolo resultante destes direitos.
A assembleia, que decorreu no Kuito, determinou o adiamento da evolução do Girabola para Liga por falta de clarificação do estatuto do futebol angolano, pois que, para a competição decorrer dentro de bases empresariais, com o foco na geração de lucros, tem de receber do Ministério da Juventude e Desportos, a pedido da FAF, certificação de actividade profissional.
Por outro lado, nos corredores do futebol, o que se ouve é que a FAF não quer que a ANCAF fique com 100% da organização da Liga, para que o órgão dirigido por Artur Almeida e Silva não veja os seus poderes esvaziados pelo facto de o Girabola ser a ‘galinha de ovos’ daquela instituição, sendo a sua maior fonte de receitas.
Com a ANCAF, a responsabilidade de organizar a Liga, a Federação Angolana de Futebol ficaria apenas com a organização das selecções nacionais e ficaria sem poderes para interferir na maior competição futebolística do País.