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Dívidas em atraso levam Somague alienar a sua actividade em Angola

A Griner Engenharia fechou a compra da Sacyr Somague Angola. A operação foi confirmada ao Negócios por fontes ligadas ao processo.

Segundo a fonte, a  Griner é detida a 100% pelo Banco Angolano de Investimento (BAI) e é uma das maiores construtoras do país.

A Sacyr Somague, por sua vez, está a desinvestir da área da construção para se focar no negócio das concessões nos países onde tem presença. Assim, esta venda acaba por se encaixar nos objetivos da empresa. O valor da transação é desconhecido.

De acordo com o jornal luso, uma das últimas obras em que a Sacyr Somague Angola esteve envolvida foi a da requalificação da vila e do santuário de Muxima, a 128 quilómetros de Luanda, uma empreitada de 115 milhões de euros que realizou precisamente em parceria com a Griner.

Outra das razões para a Sacyr Somague alienar a sua actividade em Angola, adianta,  está relacionada com o pagamento das dívidas em atraso por parte do Estado.

O artigo assinado pelo renomado jornalista Celso Filipe, sustenta que o governo angolano tem optado por saldar os seus compromissos financeiros através da entrega de títulos do tesouro, uma modalidade que está longe de ser atrativa para as construtoras estrangeiras, na medida em que impede um encaixe financeiro imediato assim como o repatriamento de capitais. O montante das dívidas de Angola às construtoras portuguesas está estimado em 500 milhões de euros.

Para o BAI, dono da Griner e cujo maior accionista é a Sonangol com 8,5% do capital, esta circunstância acaba por ser aceitável e conciliável com a sua estratégia.

Fora deste acordo ficou o complexo imobiliário do Kinaxixi, no centro de Luanda, avaliado em mil milhões de dólares, em cuja construção a Sacyr Somague Angola estava também envolvida. A participação nesta obra emblemática no centro da capital e o equipamento que estava alocado à mesma foi adquirido pela Grow, a qual pertence ao grupo português IBG – Internacional Business Group.

Em Angola, a Sacyr Somague realizou outras obras relevantes, tais como a construção de dois novos edifícios para a Assembleia Nacional (98 milhões de euros); a conclusão de um complexo urbanístico em Luanda (158,2 milhões de euros) e a criação de dois parques de combustível no país (55,9 e 66,4 milhões de euros, cada um). A Griner, que também possui uma sucursal em Portugal, adquiriu ainda a Sacyr Somague Moçambique, a qual está envolvida na construção das instalações portuárias do projeto de desenvolvimento do porto de Nacala.

A empresa é, actualmente, uma das quatro grandes construtoras de Angola, um lugar que disputa com a Omatapalo e as portuguesas Mota-Engil e Casais. A Griner nasceu no início da década de 2000 com a denominação de Grinaker Angola, resultado de uma aliança entre a sul-africana Grinaker e o BAI.

Em 2007, o banco passou a controlar a totalidade do capital, alterando a designação comercial para Griner Engenharia. A empresa tem-se afirmado no mercado nas áreas de construção civil e reabilitação de edifícios residenciais, escritórios e industriais, construção de infraestruturas rodoviárias e infraestruturas de energia e águas.

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