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Angola torna-se mercado lucrativo para empresa egípcia

A egípcia Elsewedy Electric está a ganhar vários contratos por ajuste directo em Angola.

Segundo apurado, esses contratos representam um terço das exportações anuais do Egipto para a África subsaariana, tornando o nosso país um parceiro económico chave para a nação do Magreb.

Por decreto de 28 de Fevereiro, o Presidente João Lourenço, autorizou a despesa de 146 milhões de euros para cobrir 85% do custo de construção de uma central de energia solar na província de Cabinda.

A Elsewedy Elétrico fechou o contrato para construí-lo.

Dois contratos estatais “simplificados” – que dispensam o procedimento de concurso – foram assinados a 10 e 13 de Junho do ano passado entre a Angola e a Elsewedy Electric no valor total de 515 milhões de euros.

A primeira, no valor de 141,8 M€, refere-se à construção da central fotovoltaica. A segunda, no valor de 373 milhões de euros, destina-se à construção de duas linhas elétricas e três subestações.

A primeira linha ligará a província de Malanje à da Lunda Norte e a segunda, na província de Cabinda, ligará as localidades de Buco-Zau e Belize.

As empresas italianas Enel Distribuzione e Com Cavi Holding Power e Comunicações também trabalharão nos projetos como subcontratadas da Elsewedy Electric. Isso envolve a agência italiana de seguros de crédito à exportação Servizi Assicurativi del Commercio Estero (SACE).

Elsewedy trabalhou anteriormente em Angola durante o longo reinado do falecido presidente José Eduardo dos Santos.

Ganhou em 2015 um contrato no valor estimado de 484,5 milhões de dólares para a construção e reabilitação de centrais térmicas.

Angola e o Egito têm aprofundado as suas relações diplomáticas nos últimos anos por meio de vários acordos importantes.

A 4 de janeiro foi assinado um acordo de cooperação na área do desporto, a que se seguiu um memorando de entendimento sobre a mobilidade juvenil, adotado a 1 de fevereiro.

Um terceiro acordo, ratificado por Lourenço em junho passado, isenta de vistos os titulares de passaportes diplomáticos e de serviço. Finalmente, um acordo assinado em março de 2022 pelos ministros das Relações Exteriores Tete António e Sameh Shoukry criou uma comissão bilateral entre os governos angolano e egípcio.

Uma reaproximação de segurança também está em andamento. O coronel José Pedro Sebastião Mujimbo foi nomeado em março de 2021 como adido militar de Angola no Egito.

Mujimbo foi assistente técnico no departamento de relações internacionais do Ministério da Defesa antes de servir como adido militar na Guiné de 2012 a 2021.

Ele é considerado próximo de Fernando Garcia Miala, chefe do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE).

Ligações a governante  angolano

João Baptista Borges é o dirigente angolano que levou a Elsewedy Powers assinar entre 2016 e 2018, sem concurso público, vários contratos com o MINEA para reforço da capacidade de produção de energia eléctrica em Saurimo, no Camama, Cazenga por valores que chegaram a cerca de $ 500 milhões de Dólares Americanos.

Em Agosto de 2018, o novo Presidente da República, João Lourenço, revogou, por despacho que invoca o “interesse público”, um contrato de 33,8 milhões de dólares atribuído aos egípcios da El Sewedy Power pelo anterior Chefe de Estado, ao abrigo da legislação sobre concursos públicos.

Sendo referido na altura, no MINEA que os egípcios estavam a cobrar o preço mais alto de África para este tipo de trabalhos, o que originou vários constrangimentos com a entidade financiadora americana. Tendo sido este mais um “mau negócio” para o Governo de Angola. Esta situação nunca foi investigada, mais uma vez, por alegada falta de interesse político na investigação.

Também na qualidade de titular da Energia e Água, Batista Borges fora o ministro que havia dado pareceres incentivando o antigo Presidente José Eduardo Dos Santos a fazer negócio, em nome do Estado angolano, para a entrada na portuguesa EFACEC. Tentou inicialmente, através da ENDE-EP em parceria com a empresa NIARA, LDA investindo na altura $ 16 milhões de Dólares Americanos que não tiveram qualquer retorno financeiro por incapacidade do MINEA em honrar os compromissos para aquisição da quota e injecção de capital na NIARA/Winterfell no valor total de $ 80 milhões de Dólares Americanos.

Constituído em 1960, o grupo El Sewedy Power actua no ramo da produção e transformação de electricidade e tem actividade essencialmente em países do Médio Oriente e de África.

Em Junho de 2019, esta empresa egípcia criou uma filial em Luanda, que passou a ser designada por “El Sewedy Energia Angola Prestação de Serviços” com sede no 6 andar do edifício Torres Ambiente, na Rua major Kanhangulo em Luanda. A frente do projecto esta o empresário egípcio Ahmed Hassan Amin Hassan.

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