O número de milionários no mundo sofreu a maior queda dos últimos 10 anos em 2022, com o mau desempenho das bolsas. A aposta em digitalização poderá, por sua vez, ser a resposta para evitar que o mesmo aconteça no futuro.
O ano de 2022 foi de incertezas macroeconómicas e geopolíticas, com um impacto negativo sobre as bolsas mundiais e, consequentemente, para os mais ricos. O número total de multimilionários e o valor das suas fortunas derrapou e, para fazer face ao problema no futuro, a aposta em digitalização será fulcral, segundo um relatório sobre a riqueza mundial da Capgemini.
“Pela primeira vez nos últimos 10 anos (2013-2022), e em consequência do ambiente de incerteza geopolítica e macroeconómica que se tem vindo a viver, o número total de milionários em todo o mundo diminuiu para 21,7 milhões em 2022 (menos 3,3% que o período homólogo) e que o valor das suas fortunas sofreu um declínio de 3,6%, situando-se agora em 83 biliões de dólares”, revela o relatório.
Parte dessas perdas aconteceram devido à forte volatilidade nos mercados de capitais. No ano passado, a desvalorização nas bolsas de valores fez com que estes investidores de todo o mundo perdessem três biliões de dólares.
Apesar de ter sido na América do Norte – Estados Unidos e Canadá –, que a queda foi mais acentuada (7,4%), esta continua a ser a região com mais ricos e fortunas: 46%. Por sua vez, a Europa foi a segunda região onde o número de multimilionários e respetivas fortunas diminuiu, com uma queda de 3,2%.
A aposta em digitalização poderá ser uma das respostas para continuar a fazer crescer fortunas, já que a falta de ferramentas digitais tem impedido os gestores de clientes de oferecerem um aconselhamento financeiro adequado.
“O sucesso do setor depende da resolução de questões relacionadas com a imaturidade digital na cadeia de valor da riqueza”, refere Nilesh Vaidya, responsável global da banca e mercado de capitais da Capgemini.
Além disso, apesar do mau desempenho dos ativos associados a fatores ambientais, sociais e de governação corporativa (ESG, na sigla em inglês), o investimento neste segmento vai continuar a ser uma prioridade, de acordo com o estudo.
“As empresas de gestão de património estão num ponto crítico de viragem, porque o ambiente macro está a forçar uma mudança de mentalidade e de modelos de negócio para impulsionar o crescimento sustentável das receitas”, remata.