No seu auge, após a enorme crise económica portuguesa entre 2011 e 2014, o capital de origem angolana chegou a ter influência directa ou indirecta sobre o equivalente a quase um terço dos activos sob gestão na banca em Portugal, estando representado em várias instituições bancárias: no Millennium (Sonangol) e no BPI (Isabel dos Santos), dois bancos sistemicamente relevantes; no Euro BIC (Isabel dos Santos e Fernando Teles), no BIG (o general “Kopelipa”), e numa série de outros bancos angolanos mais pequenos (o BNI Europa, o BAI, o Atlântico e o BANC) que abriram portas em Portugal. Ao todo, desta extensa lista poderá restar em breve muito pouco.
Segundo à Revista Economia & Mercado, Em Janeiro deste ano, Sebastião Gaspar Martins, CEO da Sonangol, entrou publicamente no comboio do rumor mais quente no mercado bancário português: o de uma eventual fusão entre o Millennium bcp (BCP), no qual a petrolífera angolana tem uma posição de 19,49%, e o Novo Banco.
Semanas antes, tinha sido o governador do Banco de Portugal a admitir que as “sinergias desse emparelhamento seriam benéficas”, um emparelhamento que vai ganhando tracção noticiosa nos media portugueses.
Um dos motores das movimentações será o ex-banqueiro do Lloyd’s Bank e do Credit Suisse, António Horta Osório, que, segundo fontes do mercado financeiro, anda a sondar investidores para montar uma operação de compra do Novo Banco e de fusão posterior com o Millennium (algo que o gestor, que vive desde o ano passado em ‘part-time’ em Lisboa, negou à revista “Sábado”).