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Falta de divisas para o pagamento das importações continua a limitar a actividade empresarial em Angola

Os empresários e gestores acreditam que o mercado cambial é o um dos principais desafios para o exercício da actividade econó- mica no País.

“Na nossa economia temos empresários e ‘empresários’. A actividade daqueles, sobretudo os que fizeram investimento produtivo, é heróica, porque passam pelas vicissitudes de um ambiente de negócios que ainda não é o melhor. Os segundos são meros rendeiros e têm a vida facilitada porque navegam no compadrio”, diz o ex-ministro da Economia, Manuel Neto Costa.

As concessionárias de automóveis em Angola admitem que o número de clientes sofreu uma redução significativa, porque os preços dos automóveis foram reajusta- dos ao câmbio.

“Temos menos clientes e menos produtos para vender, porque não estamos a fazer grandes importações e as dificuldades são muitas para pagar aos fornecedores”, afirma Ajunerjo dos Santos, da Daimic, concessionária de automóveis que importa diversas marcas de viaturas.

Nuno Borges, da ACETRO, em declarações recentes ao Expansão, disse que a crise cambial retraiu as vendas de veículos novos em Angola e, para muitos angolanos, a solução tem sido o recurso à compra de viaturas chinesas.

Indicou, ainda, que a crise cambial começou a agravar na segunda quinzena de Maio deste ano, com o reajuste do preço da gasolina, que abanou a es- trutura macroeconómica do País.

O patrão da CFAO, Motors, ou seja, da ex-Toyota Angola, lembrou que a desvalorização do Kwanza em cerca de 40% em Maio e Junho provocou um aumento de preço de venda ao público das viaturas na mesma per- centagem.

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