O crescimento global deve desacelerar significativamente para flutuações constantes de níveis de inflação, políticas monetárias rígidas e condições de crédito mais restritivas.
A possibilidade de uma turbulência mais generalizada no sector de serviços bancários e uma política monetária mais contraccionista podem resultar num crescimento global ainda mais enfraquecido, o que provocará deslocamentos financeiros nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento mais vulneráveis.
São necessárias medidas abrangentes de políticas públicas para promover a estabilidade macroeconômica e financeira.
Em muitas economias, especialmente as mais vulneráveis, a sustentabilidade fiscal exigirá receitas mais altas, gastos mais eficientes e uma gestão aprimorada da dívida.
As sociedades contemporâneas precipitam-se em direção a uma lógica de crise constante. Problemas sociais, económicos, energéticos, ambientais, de saúde pública e de segurança tanto alimentar como militar sucedem-se a um ritmo acelerado, aproximando-se e sobrepondo-se uns aos outros.
Com o intuito de resolver estes problemas, formou-se um consenso a nível internacional: é necessário promover o crescimento económico de forma acelerada.
Porém, uma possibilidade grave tem vindo a ser sistematicamente negligenciada: e se a raiz destes problemas for, precisamente, a promoção constante do crescimento económico sem uma estratégia definida?
As cidades estão na linha da frente desta problemática. A especulação imobiliária, a turistificação urbana, a segregação social, a aceleração dos modos de vida, a competição desenfreada, o consumismo e a criação de resíduos, o domínio do espaço público pela indústria automóvel, a proliferação de centros comerciais e das chamadas “tecnologias inteligentes” são alguns dos ingredientes da receita que tem sistematicamente convertido as cidades em máquinas indutoras de crescimento económico.
São, porém, as cidades que resultam da aplicação destas medidas aquelas em que queremos viver? Estas medidas são parte do problema ou parte da solução?
É absolutamente necessária uma reflexão para o discernimento e decisões mais adequadas do poder político.
Rui Patrício
Docente
Consultor Financeiro Rui.patricio@singularway.com