O Governo da Coreia e o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento pretendem reforçar a sua parceria para apoiar os países africanos a alcançar a segurança alimentar dentro de cinco anos e aumentar a capacidade do continente para produzir as suas próprias vacinas e outros produtos farmacêuticos.
Falando na segunda-feira, durante uma reunião com o Ministro da Agricultura, Alimentação e Assuntos Rurais da Coreia, Hwang-keun Chung, na capital, Seul, o Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, Dr. Akinwumi Adesina, disse que havia todas as razões para acreditar que África alcançará rapidamente a suficiência alimentar, e certamente dentro de cinco anos.
O Banco Africano de Desenvolvimento, em conjunto com o centro de investigação AfricaRice, lançou recentemente o programa regional de desenvolvimento do arroz na África Ocidental (REWARD), no valor de 650 milhões de dólares, em 16 países da África Ocidental.
Ao abrigo deste programa, um milhão de agricultores participará no cultivo de 750 mil hectares de terra para produzir 53 milhões de toneladas métricas de arroz em cinco anos.
O Ministro Chung disse que a Coreia, através da sua Iniciativa K-Ricebelt
, estava a trabalhar com oito países africanos para produzir 10 mil toneladas métricas de arroz – o suficiente para alimentar 30 milhões de pessoas. “O país planeia investir até 100 milhões de dólares no projeto até 2027”, afirmou.
Adesina afirmou que as duas iniciativas, o REWARD do Banco Africano de Desenvolvimento e o K-Ricebelt da Coreia, devem trabalhar em conjunto em todo o continente e tornar África autossuficiente na produção de arroz em cinco anos.
“Temos as tecnologias, as empresas de sementes, os sistemas de fornecimento de fatores de produção que utilizam tecnologia digital para a distribuição, e também temos financiamento em grande escala. Vamos fundir as duas iniciativas para trabalhar sob a plataforma Tecnologias para a Transformação Agrícola Africana (TAAT), do Banco”, defendeu o líder do Banco Africano de Desenvolvimento.
A iniciativa TAAT foi lançada em 2018 como parte da Estratégia Alimentar África do Banco, para aproveitar tecnologias comprovadas e aumentar a produtividade agrícola em toda a África.
Adesina disse que, ao mesmo tempo que aumenta a produtividade para reduzir a dependência das importações de alimentos, é importante garantir que a qualidade do arroz produzido localmente corresponda à das importações.
“Devemos também colmatar a lacuna de competitividade, investindo em infraestruturas de processamento de arroz, garantindo que as zonas de produção estejam próximas das fábricas de moagem, para reduzir os custos de transporte que acabam por inflacionar o preço dessas mercadorias”, afirmou.
O Ministro Chung indicou que existem planos para convidar mais países africanos a participar na iniciativa K-Ricebelt e a investir em infraestruturas de apoio.
“Queremos aumentar o número de países participantes. Vamos construir um complexo de sementes com instalações de irrigação e maquinaria agrícola”, disse Chung. “A Coreia possui tecnologia de moagem altamente avançada e pode explorar a forma de a implementar em África”, acrescentou.
Chung afirmou que a Coreia “irá analisar a forma de trabalhar em conjunto com o Banco Africano de Desenvolvimento nestas iniciativas”.
Anteriormente, o Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento reuniu-se com o Ministro da Saúde e Segurança Social, Kyoo Hong Cho. Discutiram os esforços em curso de África para reforçar a sua capacidade de fabricar vacinas e outros produtos farmacêuticos.