A Comissão de Tarifas Aduaneiras do Conselho de Estado da China anunciou tarifas zero sobre 98% das importações de Angola, Gâmbia, República Democrática do Congo, Madagáscar, Mali e Mauritânia, em vigor a partir de 25 de Dezembro de 2023.
Esta medida permite que os países beneficiários exportem para a China sem enfrentar direitos aduaneiros sobre “mais de 8.000 linhas tarifárias diferentes”, segundo a mesma fonte.
Nos últimos dois anos, a China retirou tarifas sobre 98% dos produtos de 21 países africanos, incluindo Etiópia, Níger, Benim, Moçambique e Sudão.
Esta redução tarifária está alinhada com o plano de Pequim para aumentar as importações agrícolas de África, conforme delineado pelo Presidente Xi Jinping durante a 8ª conferência ministerial do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC 8) em Dakar, em Novembro de 2021.
Xi pretendia aumentar as importações da China de África para 100 mil milhões de dólares anuais a partir de 2022 e 300 mil milhões de dólares anuais até 2035.
Dados da Administração Geral das Alfândegas da China revelaram em Agosto que o comércio entre a China e África atingiu 156,4 mil milhões de dólares nos primeiros sete meses de 2023, um aumento de 7,4% em relação ao mesmo período de 2022.
De 1 de Janeiro a 31 de Julho de 2023, as exportações da China para os países africanos aumentaram 20%, atingindo cerca de 97,8 mil milhões de dólares. Durante o mesmo período, as importações chinesas provenientes de África ascenderam a 58,6 mil milhões de dólares.
A China envia principalmente produtos acabados (têxteis, maquinaria, electrónica) para África, enquanto recebe principalmente matérias-primas como petróleo bruto, cobre, cobalto e minério de ferro do continente, resultando num excedente comercial cada vez maior.
