A China ajudou na reestruturação das pesadas dívidas de alguns países africanos, como Angola e Zâmbia, de acordo com um novo relatório de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins.
O relatório, citado pela VOA, é baseado em uma avaliação detalhada da participação de Pequim na Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida, ou DSSI, um veículo internacional para nações desenvolvidas apoiarem países em dificuldades.
Apesar de algumas ressalvas, o relatório divulgado na semana passada por Deborah Brautigam e Yufan Huang, da China Africa Research Initiative, concluiu que, no geral, a China “cumpriu o seu papel razoavelmente bem como parte responsável do G-20”.
Os analistas acrescentaram que a China “implementou as etapas mínimas do DSSI razoavelmente bem, comunicando-se com outros participantes e cumprindo as promessas”. De acordo com os dados disponíveis, os credores chineses representaram 30 por cento de todas as reclamações e contribuíram com 63 por cento das suspensões do serviço da dívida nos países que participaram no DSSI. Brautigam disse à VOA que esta foi a primeira vez que a segunda maior economia do mundo se juntou a uma iniciativa multilateral – um movimento que uma fonte do G-20 chamou de “milagroso”.
O estudo concluiu que a China poderia ter alcançado mais durante o DSSI se não fosse pelo medo de que os países simplesmente tirassem proveito de qualquer alívio da dívida para pagar outros credores. Na Zâmbia, os chineses decidiram não suspender o pagamento da dívida enquanto o país pagava aos obrigacionistas, o que não aconteceu em Angola, o maior mutuário africano da China com cerca de USD 20 mil milhões em dívidas a entidades chinesas. Nesse caso, os credores chineses forneceram 97% do alívio da dívida durante o período de dois anos sem pedir garantias de que Angola não continuaria a fazer outros pagamentos.