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Africa Corps pronto para assumir o papel do Grupo Wagner na África Central

A Rússia pretende fortalecer a sua influência em África, fornecendo a sua força militar apoiada pelo Africa Corps – para substituir o grupo Wagner deposto e defender a República Centro-Africana (RCA).

A Africa Intelligence relata que o presidente centro-africano está a ser  forçado a assinar um acordo de defesa com o Africa Corps, o braço armado do Kremlin, antes do final do ano.

O Africa Corps, operando sob a tutela do Ministério da Defesa da Rússia, assumiu as funções anteriormente desempenhadas pelos mercenários do Grupo Wagner, fornecendo segurança e treino às forças militares da RCA.

No entanto, essa parceria levantou preocupações devido a alegações de abusos de direitos humanos e exploração económica.

Os críticos argumentam que tais acordos podem comprometer a soberania da RCA e consolidar a influência russa na região.

J. Peter Pham, ex-enviado especial dos EUA ao Sahel, disse à Al Arabiya que a iniciativa reflecte o reconhecimento do Kremlin de uma oportunidade de expandir a sua influência, particularmente após a retirada das forças militares lideradas pela França na região.

A República Centro-Africana (RCA) depende da Rússia para protecção devido à insegurança contínua e a um exército nacional fraco. Desde o golpe de 2013, grupos rebeldes desestabilizaram o país, apesar da presença de forças de paz da ONU.

Após a morte do líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, em circunstâncias controversas, e a reorganização do grupo sob o Ministério da Defesa russo, Moscovo reforçou o seu controlo sobre as operações militares no continente.

No lugar do Grupo Wagner, o recém-formado “Corpo de África” representa agora o envolvimento militar formal do Kremlin em países como a República Centro-Africana (RCA), Mali e Burkina Faso.

Embora as tácticas brutais do Grupo Wagner e os supostos abusos dos direitos humanos tenham prejudicado as relações locais, a sua saída não significou necessariamente menos controlo russo, apenas um controlo mais formal e centralizado.

O efeito Putin, portanto, tem menos a ver com recuo e mais com recalibração: apertar as rédeas, institucionalizar o poder e incorporar influência de longo prazo na política africana de segurança e recursos.

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