O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, anunciou hoje a dissolução do parlamento, justificando a decisão com a grave crise institucional no país, na sequência dos confrontos de quinta e sexta-feira entre forças de segurança, que considerou “um golpe de Estado”. O Presidente da República tomou a decisão esta segunda-feira (04.12) após uma reunião do Conselho de Estado.
Já esta tarde, no final de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, Umaro Sissoco Embaló reconduziu Geraldo Martins no cargo de primeiro-ministro.
“Percebi que o Parlamento é sempre foco de instabilidade, vamos chamar o povo porque o povo é soberano para tomar a decisão. É o único caminho e a única via que podemos seguir”, declarou o Presidente Umaro Sissoco Embaló, no final do Conselho de Estado, que durou apenas alguns minutos.
O chefe de Estado não avançou data para o ato eleitoral para a escolha da nova composição da Assembleia Nacional Popular, eleita em junho deste ano, com a maioria da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) – Terra Ranka.
Umaro Sissoco Embaló vê na assembleia o foco de destabilização e considerou que, se não for tomada uma posição, o país voltará a “uma guerra civil cozinhada no Parlamento”, como entende que foi a de 07 de junho de 1998.
Disse que “foi também no Parlamento o 01 de fevereiro” de 2022, numa referência àtentativa de golpe de Estado nessa data, e considerou que os últimos acontecimentos, de 01 de dezembro, foram “o fim de toda a macacada”.
O Presidente reconheceu que a lei não permite convocar ainda eleições, já que determina um prazo de um ano entre atos eleitorais e passou apenas meio ano desde as últimas legislativas.
Sissoco fez questão de “dizer às pessoas que o legislador não prevê tudo, não prevê a questão do golpe” e considerou que o ano entre eleições previsto na lei é “para nada”.
“Suspendemos a Constituição da República, suspendemos todas as instituições e fica um comité militar ou um conselho militar”, declarou.