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Tomás Bica pode ser o trunfo do MPLA para contrariar marcha da JURA e UNITA em Luanda

Antigo administrador do Cazenga tornou-se bastante influente a nível da capital, e quadros do maior partido na oposição lhe reconhecem capacidade de mobilização impressionante, além de ser tido como um político “corajoso” que foi capaz de travar a criminalidade no Sambizanga, circunscrição que, ano após ano, era tida como a mais perigosa do País.

Tomás Bica, ex-primeiro secretário da JMPLA em Luanda, e antigo administrador municipal do Cazenga, faz parte do grupo de jovens sondados para ocupar o cargo de primeiro secretário Nacional da juventude do MPLA, visando dinamizar a organização, segundo fez saber um alto quadro do partido ao Luanda Post.

Fazendo fé na referida fonte, o desejo de determinados sectores dos ‘camaradas’ em fazer Tomás Bica ascender ao cadeirão máximo da sua agremiação juvenil resulta do facto de o mesmo ter granjeado uma popularidade impressionante a nível de Luanda, sobretudo com sua passagem na governação do Sambizanga, em que conseguiu travar a onda de criminalidade violenta com a criação de uma Brigada de Vigilância funcional, e associado ao facto de Crispiniano dos Santos, actualprimeiro secretário Nacional da JMPLA, revelar-se incapaz de contrariar a marcha da JURA e da UNITA, principalmente na capital do País.

Peremptório, o alto quadro do MPLA sublinha que o seu partido tem ciência que a UNITA se tornou hoje uma ameaça real à manutenção do poder pelo MPLA, e que a sua estratégia em colocar Nelito Ekuikui à frente da JURA, o seu braço juvenil, e Adriano Sapiñala a liderar a organização em Luanda, acabou por deteriorar ainda mais a influência dos ‘camaradas’ na capital, esta que é nada mais do que a maior praça política angolana.

Entre outras coisas, além de considerar Crispiniano dos Santos inapto para coordenar uma organização de massa da dimensão do braço juvenil do MPLA, a fonte que vimos a citar, refere que Manuel Homem também se revelou incapaz de travar a UNITA, e que a sua estratégia de se posicionar mais como um “governante do que líder do partido” em Luanda, “não tem surtido o efeito” desejado.

“O Tomás Bica é uma aposta. Embora seja fortemente criticado, é bom referenciar que ele não cometeu os crimes de que tem sido acusado em hasta pública. Há um grupo bem identificado, que tem relações privilegiada com a oposição, e que tem feito circular essas inverdades na imprensa mercenária. O MPLA sempre foi um partido que actua no presente preparando o futuro, e esse jovem (Tomás Bica) faz parte da nata que há-de segurar o partido no futuro”, disse o alto quadro partidário.

Importa referir que, Tomás Bica foi exonerado do posto de administrador municipal do Cazenga, no ano passado, sob suspeita de ter cometido crimes como corrupção, e desvio de bens públicos, sendo que nalguns segmentos era certo de que o político era alvo de investigação por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Entretanto, além de a PGR ter negado que tenha aberto um processo de inquérito contra o então gestor político, nossa fonte refere que a exoneração de Bica teve como objectivoúnico afastá-lo das críticas que já eram recorrentes, e que gradualmente se tornavam perigosas para a sua imagem pessoal e do partido, tendo em conta as expectativas que os ‘camaradas’ têm em relação ao jovem.

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