O Consórcio Quanten é responsável pela construção da central, mas não conseguiu garantir os fundos necessários, tornando o projecto cada vez mais incerto.
Segundo avança o Africa Intelligence, o optimismo habitual dentro do Consórcio Quanten foi substituído pela preocupação aberta, uma vez que o plano da joint venture para construir uma refinaria de 100.000 barris por dia (b/d) no Soyo, luta para avançar.
De acordo com a fonte, o principal obstáculo é garantir financiamento para a fábrica, cujo custo estimado é de cerca de 3,5 mil milhões de dólares.
A nível privado, a administração da Quanten culpa a retórica das alterações climáticas, que está a levar os bancos a reduzir os investimentos no sector dos hidrocarbonetos.
Os parceiros da joint venture, todos recém-chegados ao sector da refinação, também não conseguiram tranquilizar os potenciais investidores.
O consórcio inclui as empresas norte-americanas Quanten, TGT Inc, Aurum & Sharp, bem como a ATIS-Nebest, uma parceria entre a empresa de engenharia francesa Atis e a angolana Nebest.
Em Junho, o ministro dos Recursos Minerais de Angola, Diamantino Azevedo, anunciou – sem fornecer mais detalhes – que a Quanten tinha um prazo para garantir o financiamento ou correria o risco de perder o contrato. Nenhum progresso foi feito desde então, apesar de uma reunião entre as duas partes em dezembro passado.
Contactada, a empresa reconheceu que o projecto está a avançar “mais lentamente do que o previsto”, mas sustentou que está “ a trabalhar a engenharia” com o objectivo de lançar grandes obras “em 2025”.
Até ao momento, apenas foram realizados trabalhos preparatórios, como estudos topográficos e geotécnicos, no local.
Enquanto aguarda um potencial avanço, a administração do Presidente João Lourenço conta com o início muito adiado da refinaria de Cabinda, um projecto de 60.000 b/d liderado pelo fundo de investimento britânico Gemcorp.
A refinaria, prevista para iniciar operações em Abril, ajudará a reduzir a dependência de Angola das importações de produtos petrolíferos.
Apesar de ser um dos maiores produtores de petróleo de África, com mais de um milhão de barris/dia, Angola refina apenas uma fracção da sua produção. Actualmente, o país opera apenas uma refinaria, localizada em Luanda, com capacidade de 65.000 b/d – menos de metade da procura nacional.