Quase três anos após o início da invasão da Ucrânia, muitos países de África continuam sendo direta ou indiretamente afetados pelo conflito.
Segundo avança a Jeune Afrique, nos últimos anos, Kiev fez da reaproximação com o continente um de seus principais objetivos diplomáticos.
Em entrevista a jornalistas africanos convidados a Kiev em novembro passado, o Alto Representante do Presidente Volodymyr Zelensky para África e Médio Oriente, Maksym Subkh, reafirmou este compromisso.
Em uma grande sala de reuniões do ministério em frente à qual destroços de projéteis e tanques russos foram instalados, fez questão de lembrar que o seu país estava a enfrentar uma guerra “causada pelas ambições imperialistas da Rússia”.
Enfatizou a importância de lutar contra a propaganda russa que, segundo ele, tenderia a apagar a Ucrânia da história das relações dos países africanos com a URSS. Durante esta reunião – esta é a segunda vez que Kiev organiza uma viagem deste tipo – o Alto Representante de Zelensky recordou, como é frequentemente o caso, a participação do seu país em missões de paz da ONU em África e, em particular, no Mali e na RDC.
Kiev também diz que apoia o desejo da África de obter dois assentos no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Entre 2023 e 2024, a Ucrânia abriu sete novas embaixadas no continente, elevando as suas representações para dezessete no total. A abertura de duas novas chancelarias está prevista para os próximos meses, nos Camarões e na Tanzânia, prova de uma nova orientação diplomática para a África subsariana, enquanto nos últimos trinta anos, Kiev manteve principalmente relações com os países do Magrebe.