A empresa de perfuração Seadrill, que está associada à Sonangol numa joint venture desde 2019, está agora na mira da agência de comunicações Visalia Marketing. A agência quer US$ 70 milhões de dólares da Seadrill por ter ligado à empresa estatal angolana.
De acordo com o portal África Intelligence, a Sonangol e a empresa britânica Seadrill decidiram unir forças em 2019 para formar a Sonadrill Angola.
Quatro anos depois, a joint venture especializada em serviços de perfuração tornou-se um parceiro preferido para os operadores de petróleo em Angola e está a firmar vários contratos.
Nas últimas semanas, no entanto, a aliança se viu no centro de uma batalha legal no tribunal superior de Londres.
De acordo com a fonte, o responsável máximo da Visalia Marketing, John William Kennedy, um cidadão dos EUA, está a reivindicar US$ 71,6m da Seadrill por tê-la apresentado à Sonangol e sua subsidiária Empresa de Serviços e Sondagens de Angola em 2018.
De acordo com um acordo assinado entre a Seadrill e a Visalia, a agência deveria ter recebido essa quantia, bem como uma comissão de 4% sobre a receita gerada por cada navio de perfuração pertencente à joint venture.
A Seadrill não nega o envolvimento da Visalia, mas afirma que o pagamento estava condicionado a verificações de conformidade e transparência. Em documentos enviados ao tribunal superior no mês passado, a empresa britânica afirmou que estes eram necessários porque a Visalia é uma empresa offshore domiciliada nas Ilhas Virgens Britânicas, mas também por causa do histórico de corrupção no setor petrolífero angolano.
Afirma que o pagamento proposto levantou uma série de “bandeiras vermelhas” de conformidade e que as condições não haviam sido atendidas para o acordo evitar riscos de acusação sob as leis anticorrupção europeias e dos EUA, em particular a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior dos EUA (FCPA).
A Seadrill diz que recebeu uma carta de garantia, mas assinada apenas pelo então PCA da Sonangol, Carlos Saturnino, que foi removido do seu cargo em maio de 2019.
Os estatutos da joint venture Sonadrill Angola foram arquivados em agosto de 2019 e os navios entraram em operação em outubro do mesmo ano.