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Nigéria coloca continuidade de selecionador nas mãos dos adeptos

José Peseiro é um selecionador nas mãos dos adeptos. Literalmente.

O presidente da Federação de Futebol da Nigéria (NFF, sigla em inglês), Ibrahim Gusau, delegou nos nigerianos o poder de manter ou despedir o português, que lidera as super águias africanas desde maio do ano passado.

O contrato de um ano de Peseiro termina dentro de dias, a 30 de junho, e os dirigentes só lhe pedirão para ficar se os adeptos assim o quiserem.

Gusau anunciou que a federação vai organizar uma votação especial para os adeptos decidirem se Peseiro, de 63 anos, tem ou não condições para se manter no cargo, depois de vencer quatro jogos e perder cinco. A sondagem a ser realizada por telefone vai gerar fundos, necessários para a NFF, que enfrenta uma crise financeira que fez com que devesse vários meses de salário ao selecionador, que ganhará 70 mil dólares por mês (cerca de 64 mil euros).

O líder federativo confessou que conversou com muitos treinadores estrangeiros e alguns nigerianos antes de avançar para o português, que já treinou o Sporting, o FC Porto e o Sp. Braga: “Talvez não tenhamos acertado na pessoa certa. Vamos empurrar a decisão para o público, se devemos continuar com Peseiro ou se ele deve ir.”

Na verdade, o técnico português está a dias de terminar o contrato e, tendo em conta que tem salários em atraso, o mais provável é não querer continuar.

Peseiro classificou a Nigéria para a Taça das Nações Africanas (CAN, sigla em francês), mas parece que os nigerianos não estão convencidos da mais valia do português de 63 anos e parecem duvidar que seja o homem para levar o país à conquista da sua quarta CAN – prova realiza-se em janeiro de 2024, na Costa do Marfim. As opções do selecionador têm sido questionadas, assim como as exibições e o desempenho das estrelas Victor Osimhen e Samuel Chukwueze. Ter perdido mais jogos do que aqueles que ganhou também não ajudou a conquistar a opinião pública.

Para o antigo internacional Kadiri Ikhana, Peseiro não teve qualquer impacto no jogo das super águias. E defende que o próximo selecionador seja um nigeriano: “Os rapazes ainda jogam individualmente, não há jogo tático. O crédito pela qualificação para a Taça das Nações Africanas deve ir para os jogadores, não para o treinador. Um treinador nigeriano deve assumir o comando da seleção.”

Já Victor Ezeji defendeu que o português deve levar a equipa à CAN e só depois se decidir o seu futuro: “O homem deveria receber um contrato de curto prazo depois de nos qualificar. Deixem-no levar-nos à CAN e depois decidimos o seu futuro.”

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