A estratégia do governo para retirar os subsídios aos combustíveis está a ser realizada “segundo a lógica da equidade” e tem o objectivo de “proteger as populações mais carenciadas”, considerou hoje Wilson Chimoco, na live “O impacto dos subsídios aos combustíveis nas contas públicas”.
A “chave está nas medidas de mitigação”, comentou o especialista. “Ao atribuir cartões de combustível” aos taxistas, moto-taxistas, “gira-bairros” e pescadores artesanais, “o governo assegura que tanto sectores produtivos essenciais, como as pessoas que usam meios de transporte públicos continuem a usufruir do subsídio”, notou. Na prática, afirmou, “são as classes com poder de compra mais elevado, com rendimentos e pelo menos uma viatura, quem vai sentir o impacto deste ajuste e quem vaipagar a diferença de 140 kwanzas do preço de gasolina, não os mais carenciados”.
O economista admitiu que “a retirada parcial do subsídio está a ter efeitos nos preços de vários produtos de consumo”, mas sinalizou que a canalização para áreas sociais dos actuais 2,15 biliões de kwanzas destinados à subvenção dos combustíveis “ajudará a melhorar significativamente as condições de vida dos angolanos mais desfavorecidos, criando riqueza, emprego e mais e melhores salários”.
Entre as medidas anunciadas pelo governo, Wilson Chimocodestacou “o aumento, em breve, do número de beneficiários do Kwenda e do valor transferido para as famílias abrangidas pelo programa”, que “passam a receber 11 mil kwanzas mensais, em vez de 8 mil”. “É importante reconhecermos que 11mil Kwanzas para uma família que vive num munício distante como o Curoca, província do Cunene, faz muito mais diferença comparativamente a quem está em Luanda. Ao passar a receber este valor todos os meses significa maior incremento na alimentação, e oportunidade de começar uma actividade produtiva”.
O economista realçou também que, “apesar do recorte, o preço da gasolina em Angola continua muito abaixo do preço de venda no mercado internacional, de onde se importa grande parte do combustível do país, e que ronda os 600 kwanzas por litro”.
No dia 1 de Junho, o Conselho de Ministros determinou a redução parcial dos subsídios ao preço da gasolina e a execução de medidas de mitigação, entre as quais a manutenção do preço de 160 kwanzas por litro para o sector dos transportes públicos, regulares e urbanos e da pesca artesanal, e o reforço do programa social Kwenda com verbas antes destinadas aos subsídios de combustíveis.
Durante uma animada conversa, que atraiu uma audiência de mais de 10 mil pessoas, Gilmário Vemba enfatizou a necessidade de sentirmos o verdadeiro impacto das medidas de mitigação. Além disso, instou os angolanos a exercerem a sua fiscalização enquanto cidadãos, exigindo que os subsídios retirados dos combustíveis sejam genuinamente direccionados ao aumento do investimento na saúde, educação e qualidade de vida. Ao encorajar essa postura proactiva, o humorista não apenas ressaltou a importância de garantir a adequada distribuição desses recursos, mas também apelou à participação cidadã na construção de um futuro melhor para todos.
8 mil no Curoca: numa mesma, é retirar retirada aqueles preconceitos:
Entre as medidas anunciadas pelo governo, Wilson Chimocodestacou “o aumento, em breve, do número de beneficiários do Kwenda e do valor transferido para as famílias abrangidas pelo programa”, que “passam a receber 11 mil kwanzas mensais, em vez de 8 mil”. “Para quem não tinha nada numa realidade rural como, por exemplo, no município distante do Curoca no Kunene, puder ter agora 11 mil kzmês faz muita diferença. É mais um quilo de açúcar, mais uma barra de sabão e um litro de óleo.