O Banco Económico (BE) necessita de uma injecção de capital para superar as dificuldades em que se encontra.
Segundo apurado pelo Negócios, esta situação é admitida pela própria instituição financeira num documento interno.
“A implementação das medidas do PRR [Plano de Recapitalização e Recuperação] tem vindo a traduzir-se na melhoria dos rácios de solvabilidade regulamentar. Contudo, para o integral cumprimento da regulamentação em vigor, nomeadamente do resultado de SREP 2022 [relatório de supervisão], o BE ainda necessita de uma capitalização adicional de AOA 225 mil milhões [kwanzas], o equivalente a 300 milhões de dólares.
O mesmo relatório revela ainda que em dezembro de 2022 o banco terá fechado o exercício com resultado ligado negativo superior a 39 milhões de euros, ao qual se junta um registo de imparidades diferidas de 57 milhões de euros. Em maio deste ano o banco tinha 51 balcões e 730 trabalhadores.
Esta situação poderá ter impacto em Portugal, na medida em que dificultará as hipóteses do Fundo de Resolução recuperar 100 milhões de euros do BE, relativos a um empréstimo em que o Novo Banco reconheceu um perdão de cerca de 200 milhões, montante que já dava praticamente como perdido mesmo antes da reestruturação do banco angolano ter imposto as perdas. Em janeiro deste ano, o Eco noticiou que o Fundo de Resolução deveria receber este dinheiro em agosto, expectativa que não se concretizou.
