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O Patriota abandonado

Se há um exemplo claro de insensibilidade governativa, ele está no Lar do Patriota, onde a segunda fase das infra-estruturas integradas tornou-se um pesadelo para os moradores. Cinco anos depois da interrupção das obras, a degradação das vias de acesso avança de forma implacável.

O cenário é de abandono total: crateras que desafiam qualquer suspensão automóvel, areia que rivaliza com o deserto do Sahara e uma sensação crescente de frustração entre aqueles que um dia sonharam com um bairro moderno e estruturado.

A situação chegou ao ponto de forçar muitos moradores a abandonar as suas próprias casas. Sem condições mínimas de acessibilidade, tornaram-se inquilinos em outras zonas, pagando renda quando já tinham investido na casa própria. Os empresários, que viam ali uma oportunidade de gerar empregos e dinamizar a economia local, desistiram dos seus proje tos. O mais revoltante? Foi o próprio Estado que destruiu o que antes funcionava normalmente. Quando as obras foram interrompidas, estavam a 75% de execução. Hoje, o que resta é um rastro de desperdício e regressão.

Nada foi concluído, e o que existia deteriorou-se a um ponto crítico. A cada dia, o Patriota morre um pouco mais. É inaceitável que investimentos públicos sejam simplesmente esquecidos, como se o dinheiro do contribuinte não tivesse valor. Mais inaceitável ainda é a ausência de uma resposta séria do Governo Provincial de Luanda. Senhor Governador, até quando esta negligência? O sofrimento dos cidadãos não pode ser ignorado. Ou será que só veremos acção quando se aproximar o período eleitoral?

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