Apesar da autorização de público nos recintos desportivos, na ordem de 10% , o presidente do Petro de Luanda, Tomás Faria, é de opinião que o desporto tem sido o “parente pobre”, comparado com outros sectores do país, na era da Covid-19.
Para o número um da formação petrolífera , o Executivo de João Manuel Lourenço é bastante exigente com o Desporto, particularmente o futebol, mas mostra-se condescendente com outras áreas. “ As autoridades sanitárias exigem que os atletas sejam submetidos a testes, num intervalo de 48 horas, entre um e outro jogo, mas um cidadão que se desloca de Luanda para outras províncias, a testagem tem validação de aproximadamente 15 dias”, interroga-se o dirigente.
Para espanto de Tomás Faria, os clubes são obrigados a suportar os custos dos exames da Covid-19, desembolsando elevadas somas de dinheiro, contrariamente a outros segmentos, cuja a testagem tem sido gratuita, casos de taxistas, professores, camionistas, entre outros.
E avança como exemplo: o repatriamento de angolanos da África do Sul, Brasil e Portugal, que começou na última terça-feira, 19: “ Para trazer ao país os cerca 11 mil, oito mil e 100 dos quais da TAAG, o Governo assumiu a testagem a custo zero, com gente que até custeou os bilhetes de passagens, mas nós (clubes ) não somos tidos nem achados nesse tipo de equação?”, interroga-se.
E o mais agravante, no entender do homem-forte do “tricolor”, é que até os testes dos escalões etários são da responsabilidade das direcções das equipas, algo embaraçado o orçamento tendo em conta que o preço mais barato do teste da sars2 ronda os 18 mil kwanzas.
“Temos 600 crianças nos escalões de formação, e somos obrigados a testá-las, duas vezes por semana, é praticamente insustentável para os cofres dos clubes”, evocou.
De preocupação não é tudo. À semelhança do 1° de Agosto, o Petro de Luanda terá pela frente o Kaizer Chiefs da África do Sul, na fase de grupo da Liga dos Campeões, e tudo leva a crer, até lá, a exemplo do conjunto militar, o conjunto “ tricolor” terá que cumprir uma quarentena de duas semanas. “ Espero que até à data dos dois jogos, a situação esteja ultrapassada, caso contrário será um deus-nos-acuda ”, concluiu o responsável do grémio petrolífero.