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Produtores brasileira alarmados com protecionismo do governo angolano

Após uma década de crescimento desenfreado, as exportações brasileiras de carne para Angola podem cair vertiginosamente já neste verão devido às novas políticas protecionistas do governo angolano.

A proibição de importação de alguns produtos alimentares em embalagens com peso entre 25 e 50 kg por Angola, que deverá entrar em vigor em Junho, já está a alarmar o outro lado do Atlântico Sul.

Essas restrições à importação de produtos embalados (não se aplicam a produtos a granel) afetarão principalmente a carne, junto com uma dúzia de outros alimentos, como café, cereais, açúcar, legumes e mel.

Gigantes agroalimentares brasileiros como JBS e BRF, que estão bem inseridos no mercado angolano há mais de 20 anos, estão atentos e desde o início do ano vêm traçando um contra-ataque por meio de agências de promoção de exportações como a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

As duas empresas detêm considerável controle sobre as relações de Brasília com o mundo exterior e o Ministério das Relações Exteriores mantém controle dos seus interesses. A JBS obteve financiamento significativo para exportação do banco de desenvolvimento do Brasil, BNDES, nas últimas duas décadas.

Apoio diplomático

Angola é um dos maiores compradores mundiais de carne brasileira, o que representa quase um terço dos US $ 450 milhões anuais das importações brasileiras para Angola. Eles viram um crescimento de dois dígitos na última década.

A embaixada do Brasil em Luanda trabalha muito para promover a imagem da carne brasileira em Angola. Antes do advento da pandemia Covid-19 no ano passado, ela frequentemente organizava eventos com a ABIEC e a ABPA para consolidar a sua participação no mercado.

Foi justamente esta dependência das importações que, em 2014, levou o governo do então presidente José Eduardo dos Santos a instituir medidas protecionistas. A necessidade de importar produtos alimentares para Angola devido à falta de produção nacional pesa sobre a balança comercial do país e as reservas cambiais. Desde que assumiu o poder, em 2017, o Presidente João Lourenço vem tentando ir ainda mais longe, oferecendo incentivos financeiros à produção nacional.

As medidas proteccionistas enquadram-se no Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações (PRODESI), um importante roteiro desenhado pelo Governo de Lourenço para diversificar a economia angolana. Além da agricultura, o PRODESI abrange também a pesca, o turismo, os têxteis e o sector de mineração.

Africa Intelligence

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