InícioBusiness IntelligencePopulação desrespeita distanciamento fisíco nas filas dos bancos

População desrespeita distanciamento fisíco nas filas dos bancos

Nove meses depois de Angola registar os dois primeiros casos de Covid-19, a 21 de Março último, continua notória, pelo país, a violação das medidas de prevenção, numa altura em que uma nova variante do vírus ameaça voltar a “confinar” a humanidade.

Segundo à Angop, devido ao desrespeito das medidas de biossegurança por parte de milhares de cidadãos, o país, que tem mais de 30 milhões de habitantes, viu um vírus, aparentemente contornável, propagar-se, principalmente na província de Luanda, somando mais de 17 mil casos e quase 400 mortos.

Em termos concretos, as autoridades sanitárias reportaram, de 21 de Março a 25 de Dezembro, um total de 17 mil e 149 infectados, dos quais seis mil e 774 activos, nove mil e 976 recuperados e 399 óbitos, maioritariamente na capital do país.

Durante o ano em curso, um dos mais difíceis da humanidade desde a altura da II Guerra Mundial, as autoridades angolanas registaram várias violações às normas de prevenção e combate da Covid-19, havendo, inclusive, quem afirme que a doença não passa de invençã

As violações começaram a “ganhar terreno” depois de o Governo decretar o Estado de Emergência, a 27 de Março, e acentuaram-se por altura do desagravamento das restrições, com a adopção da Situação de Calamidade Pública.

Entre as infrações mais visíveis destacam-se o incumprimento do isolamento domiciliar e a violação da cerca sanitária provincial, instituída pelo Governo, a 27 de Março, quando o número de infectados era ainda bastante reduzido.

Foi, exactamente, pela violação dessas duas medidas (quarentena domiciliar e cerca sanitária), que o novo coronavírus se expandiu rápidamente pelo país, deixando, em nove meses, um rasto de tristeza, dor e luto em centenas de famílias.

A actual crise sanitária em Angola iniciou-se em Março último, com a chegada de centenas de cidadãos, entre nacionais e estrangeiros, provenientes de países com circulação comunitária do vírus Sars-Cov-2, particularmente da Europa.

Com a vinda destes cidadãos a Luanda, com destaque para os do famoso “voo do dia 18 de Março”, Angola começou a fazer parte da estatística mundial e teve a confirmação dos primeiros infectados: dois angolanos provenientes de Portugal.

Na sequência, surgiram os “casos 26 e 31”, que optaram por violar o isolamento domiciliar e, consequentemente, “ajudaram” a expandir a doença às restantes localidades da província de Luanda, fazendo “acender” os sinais de alerta.

O “caso 26” (proveniente de Portugal, a 18 de Março), por exemplo, não cumpriu a quarentena domiciliar, contaminou mais de 30 pessoas e forçou a instituição de cercas sanitárias na comuna do Futungo e no bairro Cassenda.

Esse exemplo foi seguido pelo “caso 31”, cidadão guineense e comerciante residente no bairro Hoji-Ya-Henda, que chegou a Luanda a 17 de Março de 2020 e originou várias contaminações e uma cerca sanitária naquela localidade do Cazenga.

Outros cidadãos, também provenientes do exterior do país, não forneciam números de telefone e endereços correctos, tentando ludibriar as autoridades sanitárias, facto que fez acelerar a disseminação de casos positivos no país.

Com essas irregularidades, o quadro epidemiológico nacional entrou para uma situação de iminente calamidade pública, o que obrigou o Governo angolano a declarar o primeiro Estado de Emergência (vigorou de 27 de Março a 11 de Abril último).

Mesmo com esta medida, que impôs o confinamento obrigatório e restrições na mobilidade dos cidadãos, o risco de propagação do vírus ainda era iminente, com Luanda a concentrar todos os casos de transmissão local, na altura.

Para minimizar o risco de contaminação, o Governo prorrogou o Estado de Emergência por dois períodos sucessivos, de 15 dias cada. Passados 45 dias de Estado de Emergência, as autoridades governamentais decretaram a Situação de Calamidade Pública, que vigora desde 26 de Maio até à presente data, com sucessivas actualizações das medidas de protecção individual e colectiva, visando o controlo da propagação da Covid-19 e a salvaguarda de vidas humanas.

Apesar de essas medidas atenuarem o impacto da pandemia no país e minimizarem o risco de contágio ao longo dos nove meses, o certo é que Luanda deixou de ser a única província com casos de Covid-19, exportando, inicialmente, o vírus para o Cuanza Norte, através de um cidadão infectado que “pulou a cerca” da capital do país.

Esse tipo de comportamento recorrente e abrangente, até mesmo a titulares de cargo público, aliado ao uso incorrecto da máscara facial e à falta de distanciamento físico nos mercados e nas paragens de táxis, fez Luanda passar a ter a circulação comunitária do vírus Sars-Cov-2, três meses depois do registo dos primeiros casos.

Por causa do incumprimento das medidas de protecção, por parte de milhares de cidadãos, o país passou rapidamente de dois para três dígitos diários de casos positivos, tendo atingindo o pico em Outubro último, período em que se registou cerca de 52 por cento do total de infectados, desde Março último.

 

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