Abdul Hamid Assi, cidadão libanês expulso de Angola em 1996, por suspeitas branqueamento capitais, goza de protecção da PGR, situação que tem provocado apreensão no sector judicial angolano.
Segundo a Newsletter África Monitor, o referido cidadão reentrou no país em data incerta, com novo passaporte. Em 2015, durante a vaga de afastamento de estrangeiros suspeitos de actividades ilícitas, foi novamente expulso, mas regressou em 2016, não tendo desde então sofrido sanções ou impedimentos.
De acordo com a fonte, desde 2020 não há registo de entradas e saídas do país, apesar de diversas deslocações ao estrangeiro, suspeitando-se que beneficia de protecção de agentes de polícia de fronteiras, para evitar ser expulso.
O mesmo encontra-se há vários anos sob vigilância, sobretudo das autoridades dos EUA, por suspeitas de envolvimento no narcotráfico e branqueamento de capitais.
Hamid Assi tem movimentado quantias avultadas de divisas estrangeiras provenientes do Banco Nacional de Angola (BNA), recorrendo a linhas para importação de bens alimentares: importa farinha do Líbano, mas previamente comprada em Itália e outros países; sendo o montante pago pelo produto na origem mais baixo do que as divisas entregues pelo BNA e pagas ao Líbano, a diferença permite reter neste país quantias avultadas. Numa recente operação, conforme apurado, terá retido no Líbano perto de USD 2 milhões, de USD 3 milhões disponibilizados pelo BNA.
Além de importador, assume-se também como investidor em fábricas (massas, bolachas e óleos alimentares), o que também permitirá aceder a divisas e benefícios, nomeadamente fiscais.
Considerada evidência da protecção de que goza em altas esferas judiciais, recentemente, a Procuradoria-Geral da República interveio em seu favor num conflito sobre o controlo e uma moageira de Luanda, que o opõe a um empresário libanês.