Vários são os munícipes do Cazenga que se mostram apreensivos com a recente nomeação de Tomás Bica, como novo administrador da municipalidade, em substituição de Albino da Conceição.
Até à data da nomeação, Tomás Bica respondia pelo mesmo cargo no Distrito Urbano do Sambizanga.
Segundo apurou o Luanda Post, o desagrado dos munícipes do Cazenga se resume à má fama que o mesmo goza, resultante das acções que vem protagonizando por onde passa.
Tal como se sabe, na JMPLA onde exerceu a função de primeiro secretário, acabou suspenso por motivos de várias ordens. Em causa estava a saturação da direcção que, no entanto, vinha anotar que as suas orientações eram sistematicamente ignoradas por Tomás Bica, sem quaisquer justificações.
Em outras paragens, o mesmo é descrito como um militante proveniente de uma escola de jovens populistas que procuram ascender sem obedecer os seus superiores hierárquicos, e até mesmo aos mais velhos a quem se dirige de forma arrogante e com laivos de um pequeno ditador.
Enquanto administrador do Distrito Urbano do Sambizanga, de acordo com registos, surgiram relatos de ele andar pelas ruas a ameaçar os cidadãos e fazer um trabalho de agitação de massas. Procurava sempre publicitar as actividades numa vontade de se auto promover, sem se quer obedecer o nível em que se encontra.
Como se não bastasse, criou a “Turma do Apito”, uma espécie de milícia, supostamente vocacionada ao combate do índice de criminalidade a nível do Sambizanga. Tomás Bica, inclusive, persuadiu a Polícia local a trabalhar em conjunto com o referido grupo, constituído por jovens ávidos de fazer o gosto ao dedo a quem quer seja, se julgue um meliante.
Ao que consta, inicialmente o grupo foi bem-vindo e bastante aplaudido pelos munícipes do Sambizanga, dado que em menos de três meses, segundo os populares, reduziu drasticamente a criminalidade na circunscrição.
Mas nos últimos dias, as acções da “Turma do Apito” passaram a causar o pânico aos populares, face a brutalidade com que agia nas suas acções sobre os seus alvos. Há relatos de pessoas inocentes que caíram às mãos deste grupo, foram barbaramente espancados até a morte, ante a conivência das autoridades policiais.
Entretanto, os munícipes do Cazenga esperam do seu novo administrador (Tomás Bica) uma actuação mais pedagógica. Apelaram também para uma maior prioridade na resolução dos problemas sociais que aflige o município e os seus habitantes.
A ausência de ruas estruturantes nos bairros, saneamento básico, distribuição de energia eléctrica e água potável, criminalidade, iluminação pública, bem como a falta de medicamentos aos hospitais e centros de saúde, e não só, são algumas preocupações que foram apresentadas pelos entrevistados do Luanda Post, que no entanto, receiam que o novo inquilino da Administração Municipal do Cazenga, nas suas agendas de trabalho, se ocupe mais às actividades de massas do partido como se caracteriza a sua figura.
