InícioEm DestaqueJustiça angolana: “ Para uns actua, para outros não”

Justiça angolana: “ Para uns actua, para outros não”

Um mês depois da denúncia da TVI sobre o envolvimento do Ministro da Energia e Águas,  João Baptista Borges, em negócios ilícitos e branqueamento de capitais, as autoridades angolanas permanecem em silêncio, e não há sinais que o Ministério Público esteja a seguir o caso.

Isto ficou patente nos últimos pronunciamentos do Procurador Geral da República, Hélder Pitra-Grós, na semana finda, em que abordou vários casos, relacionado com figuras de proa, mas passou ao lado da investigação às actividades do titular da Energia e Água, cujas denúncias estão sobre inquérito em Portugal.

Este posicionamento da justiça angolana, vem reforçar a tese do que o combate à corrupção, bandeira do actual  Executivo,  seja selectiva, tendo como exemplos as denúncias que envolvem a empresária Isabel dos Santos, de um lado, e de Edeltudres Costa, do outro.

A reportagem mostra, como João Baptista Borges e várias elementos da sua família se envolveram em negócios ligado ao sector de energia em Angola, que passaram pela banca portuguesa.

Aliás, na empreitada de milhões de dólares, várias empresas são associadas ao sobrinho de Baptista Borges, Ricardo Borges, com realce para DIVEMINDs e a DIVEMINDs Unipessoal, sedeadas em terras de Camões.

À semelhança do Ministro da Energia e Água, o Chefe do Gabinete do Presidente João Manuel Lourenço foi recentemente alvo de alegações de ter usado da sua posição para obtenção de negócios, com lucros à volta 17 milhões de dólares, segunda uma investigação da mesma emissora.

Quer num como noutro caso, a justiça angolana é acusada de passar à margem das investigações em Portugal, contrariamente as denúncias envolvendo a primogênita do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

Ou mesmo nomes outras figuras como são casos de Higino Carneiro, antigo Governador de Luanda, Augusto Tomás, ex -Ministro dos Transportes.

Aliás, por um valor muito abaixo daquele de que João Baptista Borges é acusado de ter descaminhado para proveito próprio, Augusto da Silva Tomás foi condenado a 14 anos de prisão, acusado dos crimes de peculato, associação criminosa, abuso de poder, violação das normas de execução do plano do orçamento, participação económica em negócio, branqueamento de capitais, recebimento indevido de vantagem e compulsão.

Manuel Rebelais,  Grecima, cujos processos tiveram celeridade por parte do Ministério Público também pode sentir a mão pesada da justiça por ter transformado alegadamente o GRECIMA, numa cada de câmbios.

Antes mesmo de assumir o comando de Angola em 2017, João Lourenço apegou ao combate à corrupção seu cavalo de batalha, a verdade é que de lá para cá a cruzada anticorrupção parece voltar contra si.

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