Isabel dos Santos avançou com uma acção administrativa contra o Banco de Portugal (BdP), num processo relacionado com o EuroBic.
A empresária angolana tem uma participação maioritária nesta instituição financeira, que foi arrestada pela Justiça devido ao caso Luanda Leaks, e em relação à qual abdicou dos direitos de voto.
Foi esta segunda-feira que a ação deu entrada no Tribunal Administrativo de Lisboa, de acordo com o portal Citius. O regulador liderado por Mário Centeno surge como réu e como contrainteressados estão o EuroBic, mas também a Santoro e a Finisantoro, as duas empresas através das quais Isabel dos Santos tem uma participação de 42,5% na instituição financeira.
Estas três entidades também surgiram como contrainteressadas numa ação cautelar que Isabel dos Santos interpôs contra o BdP, como avançou o Expresso em outubro. Tanto nesse processo como neste, que entrou agora a 4 de janeiro, não foi possível apurar os seus fundamentos.
O Negócios contactou a assessoria da empresária, bem como o regulador, mas não obteve resposta até ao fecho da edição.
A posição da empresária no EuroBic está à venda desde janeiro de 2020, tendo sido depois arrestada pelo Tribunal Central de Instrução Criminal. Isto após o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação ter revelado mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido (que faleceu no final de outubro), que lhes terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano através de paraísos fiscais.
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