O Egipto está a ponderar pedir uma indemnização de mil milhões de dólares pelos danos provocados no Canal do Suez pelo porta-contentores Ever Given que ficou preso na hidrovia durante a última semana, conta o jornal “El Economista” esta sexta-feira, 2 de abril.
O director executivo da Autoridade do Canal de Suez, Osama Rabie fala em perdas relacionadas com as taxas de trânsito e danos à hidrovia durante o processo de remoção do navio que incluiu as obras de dragagem e o custo do equipamento e trabalho.
Osama Rabie não especificou a quem iria pedir a indemnização, mas garantiu que “é um direito do país” depois do incidente também ter prejudicado a reputação do Egito.
O porta-contentores ‘Ever Given’ com 400 metros de comprimentos e 220 mil toneladas ficou preso numa das rotas navegáveis mais movimentadas do mundo, e fez com que mais de 300 navios ficassem presos nos dois lados do canal do Suez.
O navio propriedade do japonês Shoei Kisen Kaisha, encalhou no dia 23 de março na parte sul do canal e foi solto seis dias depois. A empresa japonesa vai discutir a indemnização com a Autoridade do Canal, de acordo com um porta-voz da empresa, que não forneceu mais detalhes.
De acordo com as autoridades, o Egipto estaria a perder entre 12 e 14 milhões de dólares por dia (aproximadamente entre 10 a 12 milhões de euros) com o fecho deste canal, por onde passam cerca de 10% do comércio marítimo internacional. No ano passado, foram quase 19 mil os navios que utilizaram o canal do Suez.
O Ever Given está atualmente a meio do canal, de acordo com a “Bloomberg”. Osama Rabie espera que a indemnização não termine em tribunal e que a situação seja resolvida por mútuo acordo. O diretor executivo da Autoridade do Canal de Suez estima que até sexta-feira à noite ou sábado os cerca de 250 barcos que estão bloqueados possam sair.