InícioBusiness IntelligenceDeputados portugueses vão inquirir um dos maiores devedores do ex-BESA

Deputados portugueses vão inquirir um dos maiores devedores do ex-BESA

João Gama Leão, o antigo dono da Prebuild, vai ser ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Novo Banco no próximo dia 6 de maio.

Segundo o Jornal de Negócios, até agora a CPI não tinha conseguido contactar o empresário e terá sido o próprio João Gama Leão, actualmente a viver no Brasil, a entrar em contacto com os serviços da Assembleia da República portuguesa  para acertar a data da audição.

O Novo Banco reclama 334 milhões de euros da Prebuild, um grupo que incluía, entre outras, empresas como a Levira, Aleluia Cerâmicas e Viúva Lamego.

Informações postas a circular no passado, indicam que Gama Leão passou a fazer parte de um grupo de pressão do interesse de Ricardo Salgado, ex-PCA do BES-Lisboa, que tirava dinheiro de Angola na modalidade de financiamento para levar para Portugal. Tais rumores não são alheios, ao período em que membros do regime angolano receberam créditos do antigo BESA, e o nome de João Gama Leão aparece agora na lista de devedores que esta instituição procura.

Por via de uma “carta conforto” de 22 milhões de euros passada pelo antigo BESA, a favor da PreBuild, o empresário João Gama Leão foi a Portugal e comprou 2% da Espírito Santo International, a “holding” de topo do Grupo Espírito Santo (GES). Isto, é, com os 22 milhões de euros que recebeu como credito do Banco BESA, em Angola, o construtor fez-se accionista da empresa dona do próprio banco, que lhe emprestou os fundos.

Os 22 milhões de euros foram dados em duas tranches, em forma de ‘stand by letter of credit’. A primeira de 10 milhões de euros datada de 29 de Agosto de 2011, e a segunda de 12 milhões da mesma moeda datada de 28 de Março de 2012. As cartas venceram e o agora Banco Econômico (herdeiro do BESA) teve de pagar a sua congênere de Portugal. Do lado de Angola, a divida esta a descoberto na empresa Prebuild liderada por João Gama Leão.

Aos 19 de Julho de 2016, o Banco Econômico (BE), cobrou-lhe todas as dividas, mas sem sucesso uma vez que João Manuel Gama Leão encontrava-se em parte incerta.

“Fazemos referencia a todas as tentativas de resolução do incumprimento que as empresas do grupo Prebuild têm junto do BE, sem que houvesse desenvolvimento que permitisse a concretização de um acordo para resolver as situações de incumprimento creditício das empresas junto da nossa instituição bancaria”, lê-se na carta de cobrança do Banco Econômico enviada a PreBuild, empresa liderada por João Manuel Gama Leão, em Angola.

Até aos dias de hoje, o credito de 22 milhões de euros dados a João Gama Leão tem levantado interrogações, em meios bancários em Angola, uma vez que lhe foi dado numa altura que já tinha divida no extinto BESA, de mais de 90 milhões de dólares.

Em meios financeiros em Angola, diz-se que estas operações (de enviar liquidez para Portugal) eram do interesse da então administração do Banco Espirito Santos, em Lisboa. O BES-Lisboa criava divida em Angola, a seu favor, para depois ganhar liquidez. Não está claro se João Manuel Gama Leão agia directamente como “testa de ferro” de Ricardo Salgado, a época PCA do BES em Portugal. Sabe-se apenas que junto ao BES, ele dispunha de um contacto privilegiado, com o então administrador para as grandes empresas, Bernardo Espirito Santos.

Para além de Angola, há relatos na imprensa estrangeira que João Gama Leão depois de declarar insolvência das suas empresas em Portugal, virou-se para o mercado Brasil e na Colômbia, onde o acusam também de ter contraído dividas acima de 150 milhões de dólares.

No passado dia 17 de Julho de 2018, deu entrada no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região do Brasil, uma queixa contra o mesmo movido por uma cidadã Diana Sofia da silva Morais, que se queixa ter sido burlada por João Manuel Gama Leão num negócio envolvendo a joalheria “Fancy Sparkle comercio de Joias”, ligada a queixosa.

Em data anterior, site espanhol da ‘W Radio’, afirmava que João Gama Leão protagonizara um “escândalo colossal”, envolvendo uns 250 milhões de dólares, que faz tremer “os alicerces de uma das mais reputadas firmas imobiliárias da Colômbia”, envolvendo ao mais alto nível “políticos de Portugal, Angola e Colômbia”.

Em Angola, a Procuradoria Geral da República, nunca se dignou a abrir uma investigação contra a rede de portugueses da linha de João Gama Leão que beneficiaram de créditos do Banco BESA, e que usaram para comprar participações em empresas na Europa deixando a congênere angolana endividada.

 

 

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