A Associação dos Juízes de Angola vai interpor nos próximos dias uma acção judicial contra Joel Leonardo, presidente do Tribunal Supremo e do Conselho Superior da Magistratura, por este ter indicado à revelia do plenário da instituição, os nomes de seis magistrados para serem formados em Portugal, entre os quais figuram familiares e próximos.
Violando a lei, segundo a Associação de Juízes de Angola – AJA – o juíz conselheiro Joel Leonardo enviou recentemente ao Procurador-Geral da República de Angola, Helder Pitta Grós uma lista de seis juízes, para frequentarem um curso em Portugal, sem a aprovação pelo plenário do CSMJ.
Na lista dos juízes indicados consta a sua própria filha, um sobrinho e familiares de amigos próximos, o que irritou o colectivo de juízes do Tribunal Supremo, que pretende “impugnar” este acto.
Adalberto Gonçalves, presidente da AJA, refere que “as competências relacionadas à formação são do plenário e não havendo nenhuma referência a isso, entendemos que é uma decisão que foi tomada pelo venerando juiz presidente, o que não está correto”.
Adalberto Gonçalves alega ainda, que é preocupante a inexistência de “critérios objectivos” para a escolha dos magistrados que se candidatam a formações.
Joel Leonardo, nascido a 3 de maio de 1962, antigo juíz militar, foi nomeado a 30 de outubro de 2019 pelo Presidente João Lourenço, para presidente do Tribunal Supremo da República de Angola, em substituição de Rui Ferreira.
RFI