Alpha Condé venceu as eleições presidenciais de 18 de Outubro na Guiné-Conacri com 59,49% dos votos, de acordo com os resultados preliminares completos publicados sábado pela comissão eleitoral.
Segundo á RFI, a vitória, que deve ainda ser confirmada pelo Tribunal Constitucional, dá ao presidente cessante de 82 anos um controverso terceiro mandato.
De acordo com os resultados provisórios anunciados pela Comissão Eleitoral, o presidente cessante da Guiné-Conacri venceu as presidenciais de 18 de Outubro com 59,49% dos votos, conseguindo assim um controverso terceiro mandato.
O principal opositor, Cellou Dalein Diallo, que se proclamou vencedor das presidenciais antes da publicação dos resultados, obteve 33,5% dos votos, ainda de acordo com a comissão eleitoral. O candidato diz ter provas de fraude e anunciou que vai recorrer ao Tribunal Constitucional.
A decisão de Alpha Condé de se candidatar a um terceiro mandato de cinco anos, depois de uma reforma constitucional em Março, foi altamente criticada pelos seus adversários. A reforma acabou com a limitação de dois mandatos sucessivos dos presidentes e os adversários denunciaram um “golpe de Estado constitucional”.
Dois membros da Comissão Eleitoral retiraram-se dos trabalhos de totalização dos resultados. Numa declaração transmitida à imprensa e recolhida pela enviada especial da RFI a Conacri, Charlotte Idrac, os comissários Diogo Baldé e Marie Hélène Sylla denunciaram “graves anomalias” constatadas no apuramento final dos resultados.
Desde a eleição de 18 de Outubro, pelo menos uma dezena de pessoas morreram em confrontos ligados ao escrutínio. No ano passado, a possibilidade de Alpha Condé se candidatar a um terceiro mandato gerou uma grande contestação e várias dezenas de pessoas também morreram.
Alpha Condé foi o primeiro chefe de Estado eleito democraticamente em 2010 após décadas de regimes autoritários na Guiné-Conacri. Cellou Dalein Diallo, 68 anos, foi derrotado por Condé nas presidenciais de 2010 e de 2015, tendo proclamado a sua vitória na segunda-feira com base nos dados recolhidos pelos seus partidários nas assembleias de voto.