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Agentes culturais soltam grito de socorro

O mercado do entretenimento atravessa um dos seus piores momentos em Angola, com milhares de agentes culturais desprovidos de renda e várias empresas à beira da falência.

Apesar de já terem “luz verde” do Governo para realizar eventos em salas fechadas, depois de sete meses paralisados, os profissionais do sector afirmam que o quadro ainda é “sombrio”.

Para reduzir o impacto da Covid-19 neste segmento social, o Governo Angolano viabilizou a reabertura das salas de espectáculo, desde que tenham, essencialmente, os assistentes sentados e a cumprir o distanciamento físico.

A luz do novo diploma, limita-se, numa primeira fase, a presença de 150 espectadores sentados no máximo ou 50% da capacidade do recinto.

No entender dos promotores de espectáuclos musicais, teatrais e entre outros, a medida é bem-vinda, mas as limitações impostas pelas autoridades a tornam quase ineficaz.

Apontam, por isso, como solução, a estruturação e implementação de um “pacote financeiro”, para que se possa reerguer o sector, tendo um fundo de maneio para reiniciar às actividades.

Em declarações à ANGOP, a propósito da reabertura das salas de espectáculos, varios agentes culturais afirmam estar sem recursos para tocar o negócio, havendo até quem tenha recorrido a empréstimos para sobreviver.

Segundo Karina Barbosa, directora geral da produtora Step Models, 2020 está a der um ano bastante atípico e com desafios enormes.

“Qualquer medida é melhor do que medida alguma (…). Por mais que as empresas tenham um fundo de emergência, sete meses sem facturar, e com todos os custos fixos com funcionários, rendas de instalações, impostos, despesas de manutenção, internet, é muito duro para qualquer negócio”, desabafa.

De acordo com a promotora, 50 por cento da lotação da capacidade seria bom, frisando que o problema é o limite máximo de 150 pessoas.

“Para se fazer um evento há imensos custos de produção, e com apenas 150 lugares para se venderem bilhetes, o custo do show fica muito caro para o cliente”, expressa.

“Imagine que a produção do evento custe 10 milhões de kwanzas, para uma sala de apenas 150 pessoas, cada bilhete irá custar aproximadamente 66.666 Kz, e este valor por pessoa é muito elevado”, sublinha.

O promotor Yuri Simão alinha do mesmo pensamento, discordando do número limite de 150 imposto pelas autoridades para cada show.

“Vejamos, 150 pessoas, estamos a falar de público ou da totalidade de pessoas no evento? Só de produção e músicos eu levo perto de 50 pessoas. Mais público, aí teria de vender 100 ingressos?”, questiona-se o promotor.

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