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África aconselhada a adoptar melhores práticas de negociação das matérias-primas

Os Governos africanos devem começar a definir as melhores práticas de negociação das matérias-primas , consideradas estratégicas, com a América, Ásia e Europa, que contribuem para o crescimento da economia do continente e do bem-estar social da sua população.

 “O fraco desenvolvimento a que se assiste em África deve-se à forma negativa como os países negoceiam as suas matérias-primas com os investidores internacionais”, disse o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Angola, Vicente Soares, no âmbito da 8.ª Reunião da Rede Económica e Social da União Europeia-África, em Bruxelas, na Bélgica. O evento reuniu representantes do sector económico e social dos países-membros da Organização dos Estados da África, Caraíbas e Pacífico (OEACP).

“As matérias-primas consideradas estratégicas encontram-se mais em África e os países parceiros também precisam desses recursos para se desenvolverem. Por isso, devemos encontrar uma solução que contribua para o crescimento económico de África, da Europa, da Ásia e da América”, reiterou, apontando que “o africano de ontem não é o mesmo de hoje, por isso é preciso aproveitar o africano de hoje que está em melhores condições de negociar as suas matérias-primas estratégicas que pode beneficiar todos, como os europeus, os asiáticos e os do continente americano”.

Vicente Soares sublinhou que “a União Africana deve criar as melhores condições para uma negociação transparente e eficiente de modo que os resultados da exportação das matérias-primas sejam positivos em benefícios de África”.

“Em Angola, exportamos petróleo, e somos o segundo maior exportador deste produto em África. Com o novo Presidente da República, estamos a construir refinarias com o propósito de iniciarmos a refinação do petróleo no país. As matérias-primas estratégicas em África são infinitas, por isso, os agentes envolvidos devem saber negociar para o desenvolvimento do continente”, notou o presidente da Câmara de Comércio e Indústria angolana.

Durante a conferência, Vicente Soares defendeu uma maior divulgação dos Acordos de Cotonou no seio dos empresários, rubricados entre a União Europeia e a União Africana, para que o sector privado possa participar de forma positiva nas decisões estratégicas que contribuem para o crescimento das trocas comerciais.

O Acordo de Cotonou estabelece normas fundamentais para o reforço das trocas comerciais entre os Estados-membros. Em Cotonou, Benin, avançou-se a possibilidade da assinatura de um Acordo Regional, com o objectivo de alavancar o comércio nos países subdesenvolvidos.

“O sector privado deve estar envolvido no processo de desenvolvimento de África, mas para isso é importante que o Acordo de Cotonou seja de conhecimento de todos os autores, como o sector privado, sindicatos e organizações não-governamentais para participarem de forma efectiva na diversificação da economia de África, e de Angola, em particular”, concluiu Vicente Soares.

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