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ICTSI: Multinacional envolvida em corrupção questiona resultados do concurso público para a gestão do Porto de Luanda

Uma multinacional estrangeira tem as suas impressões digitais devidamente demarcadas na campanha em curso em alguns órgãos de comunicação social angolanos com o foco virado para os resultados do concurso público para a gestão do Terminal Multiusos do Porto de Luanda.
Fontes entrecruzadas não têm, pois, dúvidas ao indicar a ICTSI, acrónimo para International Container Terminal Services, como a mão invisível por detrás das notícias que, nas últimas semanas, têm tentado influenciar uma decisão do Governo Angolano que lhe foi copiosamente desfavorável.
A linha da abordagem dos textos publicados indicia com clareza o beneficiário final de tais peças jornalistas o que, no dizer de quem acompanha o processo, não seria de todo novidade em se tratando da ICTSI. Na verdade, é uma empresa cujo palmarés está intimamente interligado a actos de corrupção, na  mesma dimensão dos seus tentáculos gigantescos na gestão de operações portuárias em vários países, em África, na Ásia e na América do Sul.
Tanto é assim que, nas Filipinas, onde se encontra baseada, a ICTSI foi, anos atrás, indiciada por alta corrupção na gestão dos portos de Manila, capital daquele País. Uma investigação conduzida pelo Senado local revelou uma teia de corrupção, ardilosamente tecida pela ICTSI, envolvendo desde funcionários administrativos, empresários, seguranças, agentes da polícia e quadros de alto escalão, algo de tal modo chocante que um dirigente de topo da própria companhia afirmou publicamente que a corrupção era uma espécie de cultura da empresa.
O recurso constante aos subornos, que envolvia, além dos terminais portuários, subcontratos privados e companhias marítimas, tornou-se de tal modo alarmante nas Filipinas que levou o Senado local a questionar fortemente a idoneidade da empresa e adoptar um conjunto de medidas para travar o que, no fundo, acabaria por se converter numa subversão das leis e dos interesses governamentais.
Dado o histórico desta multinacional, quem acompanhou o concurso público, cujos resultados favoreceram a DP World, uma empresa sedeada no Dubai, garante que a Comissão de Avaliação de Concessões (CAC) acabou por livrar Angola da armadilha de entregar a gestão de uma unidade estratégica, como é o Terminal Multiusos do Porto de Luanda, a uma empresa cujo constante envolvimento em actos ilegais colocam-na justamente na contramaré das boas práticas ora defendidas pelo Executivo, no domínio da prevenção e controlo de corrupção e de combate ao branqueamento de capitais.

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