A proposta apresentada pela DP World é de 460 milhões USD contra os 981 milhões USD apresentada pela ICTS, daí a suspeita de favorecimento à companhia do Dubai.
Segundo o jornal Mercado, a confirmar-se as acusações de favorecimento à multinacional dos Emirados Árabes Unidos, Dubai Ports World, especialista em logística de cargas e operações de terminais portuários, vencedora do concurso público de concessão do Terminal Multiuso do Porto de Luanda, a decisão do Ministério dos Transportes acaba por beliscar a imagem do País.
A posição foi defendida pelo economista e especialista em gestão de empresas, Gaspar João, que destaca que o facto mancha os esforços que o País vem empreendendo no capítulo do combate à corrupção e da melhoria das práticas de gestão, “a menos que se dê os devidos esclarecimentos sobre o assunto”.
“É difícil saber as verdadeiras causas da tomada de decisão em relação a este concurso público internacional, sem que se entenda os meandros de todo o processo. Mas ao se provar as irregularidades pode apontar-se os conflitos de interesse como estando na base do favorecimento”, disse ao Mercado.
Para o também docente universitário, um país que se propõe a atrair investimento directo estrangeiro deve tratar de processos como estes de forma impessoal, por forma a garantir igualdade de oportunidades a todos os intervenientes e evitar querelas.
Recorde-se que a operadora International Container Terminal Servisses (ICTS) apresentou, recentemente, no Tribunal Supremo, duas providências cautelares contestando a entrega da gestão do terminal do Porto de Luanda à DP World, uma multinacional sediada no Dubai.