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Ex-PCA da EPAL acusado de gestão danosa

 O antigo Presidente do Conselho de Administração da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL), Leonídio Ceita, é acusado de gestão danosa durante os anos que esteve afrenta da direcção desta instituição pública.

Entre as acusações contra si consta sobretudo, a falta de transparência a forma como foi executado o orçamento destinado ao projecto das 700 mil ligações domiciliares.

O projecto foi lançado em Abril de 2012, com a previsão de execução no período de dois anos e meio, mas que se prolongou até final de 2017, terá sido investido pelo Executivo cerca de 300 milhões de dólares com vista a garantir o acesso a água potável à população nos bairros de Luanda.

Destes valores, a EPAL terá gasto cerca de 249 milhões 595 mil e 941 dólares com a contratação de duas empresas chinesas, nomeadamente a Sinohydro Corporation e a Guangxi Hidroeletric Constrution Bureau, para a execução da empreitada.

Calcula-se, no entanto, um remanescente no total de 50 milhões 404 mil e 059 dólares que, como disseram as fontes deste portal de notícias, a antiga direcção de Leonídio Ceita, não chegou a justificar o paradeiro destes últimos valores.

As fontes falam igualmente de outras irregularidades, como a ausência de concurso público, para as empresas que iriam realizar a empreitada.

As mesmas foram contratadas directamente por decisão do antigo PCA Lenídio Ceita, e como se não bastasse, não houve fiscalização das obras. Hoje, nota-se a péssima qualidade do trabalho feito pelas mesmas empresas, após três anos que foi concluído e entregue ao Governo.

Até ao momento, maioria dos bairros que beneficiam do tal projecto das 700 mil ligações continuam sem ter acesso ao fornecimento do precioso líquido, por falta de pressão nas tubagens. Ceita é ainda citado, enquanto PCA da EPAL, ordenava o corte propositado de fornecimento de água nos bairros da capital, por longos meses, a favor dos seus negócios aos caminhões cisternas, que comercializavam o precioso líquido a preços de ouro nas zonas afectadas.

EMPRESAS CHINESAS DESRESPEITAVAM NORMAS

Estas por sua vez, não respeitavam as normas vigentes na Lei Geral do Trabalho angolano. Os trabalhadores nacionais eram maioritariamente crianças com idades compreendidas dos 14 aos 17 anos, que as recrutavam a partir das suas zonas de origem, na região sul, e transportados para Luanda.

Postos na capital, os trabalhadores eram submetidos em condições desumanas nos estaleiros das referidas empresas onde viviam, e não assinavam o contrato de trabalho exigido por lei. Além da excessiva carga horária, quer aos finais de semana, quer aos feriados, há hora das refeições, eram servidos a comida em sacos de plástico (embalagem) e comiam com as mãos por falta talheres.

Normalmente, arroz branco, sem sal e nada para acompanhar, era a comida mais frequente. Tudo isso decorria sob o olhar sereno das autoridades angolanas e da própria EPAL que havia contratado as mesmas empresas.

UM CONSULADO REPLETO DE POLÉMICAS

Desde então, Ceita foi muito contestado pelos trabalhadores da empresa que dirigia, os quais várias vezes acusaram-no de má gestão e efectuar gastos indevidos dos dinheiros da empresa em viagens no exterior e carros de luxo.

Ainda no rol das acusações consta o polémico novo edifício sede da EPAL em Talatona, que supostamente terá custado milhões de dólares e sem que as obras tivessem terminado, o orçamento já atingia os 15 milhões, apesar do mesmo ter desmentido.

Vozes que sempre contestaram a sua gestão, alegaram mesmo que a sua saída em 2017, não terá deixado saudades, uma vez que desde a sua chegada no Conselho de Administração da empresa foram surgindo graves problemas internos (conflitos) provocados por uma gestão musculada sob o pretexto de fazer parte da Família Presidencial (da parte de Ana Paula), e dizia o mesmo: “Nem o partido consegue travar-me, podem queixar onde quiserem”.

Em nota de repúdio que tivemos acesso, os trabalhadores queixaram-se de o Leonídio Ceita ter transformado a cooperativa dos trabalhadores da empresa como sua propriedade privada, onde os filiados não tinham palavra.

Recebia subsídios materiais e financeiros (viaturas cisternas e fornecimento de água a custo zero), sem a prestação de contas aos seus associados. Usava a cooperativa como forma de canalização das verbas da EPAL e usou parte dos financiamentos dos projectos para um suposto condomínio dos trabalhadores, que ninguém chegou a beneficiar das residências.

Com recurso ao dinheiro da EPAL, criou uma empresa denominada CIPROEG, vocacionada a recolha de lixo e nunca justificou o dinheiro saído da empresa. Enfim, as fontes salientam que Leonídio Ceita estava mesmos nos seus “tempos de glória”. Agora, face a declarada luta contra a corrupção e a impunidade levado a cabo por João Lourenço, o antigo gestor da EPAL vive escondendo-se de maneira evitar a exposição do seu nome na imprensa.

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