Idosos vulneráveis e pessoal de saúde de duas Unidades de cuidados continuados em França, em Sevran, perto de Paris, e Dijon, leste do país foram os primeiros a ser vacinados contra a Covid-19 neste domingo.
Segundo à RFI, o processo arrancou simultâneamente nos 27 países membros da União Europeia.
Foi uma antiga auxiliar de limpeza de 78 anos a primeira a ser vacinada em França. Mauricette assumiu a sua emoção por entrar na história.
Esta anciã reside na Unidade de cuidados continuados do Hospital René-Muret de Sevran, perto de Paris, também um cardiologista da mesma instituição, Jean-Jacques Monsuez foi também vacinado.
Emmanuel Macron, presidente francês, lembrou no Tweeter que a vacina é gratuita e facultativa, realçando que no país das “Luzes” e de Pasteur ‘a razão e a ciência devem-nos guiar‘.
“Temos uma nova arma contra o vírus: a vacina. Aguentar juntos, de novo“, afirmou o chefe de Estado da França que só neste dia 24 saíu do isolamento de 7 dias por ter contraído o novo coronavírus.
Em Dijon, leste da França, foram dois pacientes masculinos de uma Unidade de cuidados continuados de 92 e de 80 anos que foram vacinados, bem como um médico especialista de geriatria, o Professor Pierre Jouanny.
Este afirmou esperar que a injecção que lhe coube “servirá de exemplo ao demais pessoal de saúde que hesita“.
O governo francês pretende vacinar daqui até ao fim de Fevereiro um milhão de pessoas idosas e mais vulneráveis, cidadãos individuais e pessoal de saúde, nas 7 000 Unidades de cuidados continuados e estabelecimentos conexos.
A vacina era muito aguardada em França onde a epidemia já matou mais de 62 000 pessoas e onde o vírus circula de forma activa.
O ministro da saúde, Olivier Veran, no semanário Journal du Dimanche lembrou que a vacina protege 95% dos indivíduos contra os casos de formas graves e vai salvar muitas vidas.
Até à primavera ela será proposta às pessoas de mais de 65 anos e, em seguida, ao resto da população a partir de 16 anos. Daqui até ao verão 15 milhões de pessoas devem ser vacinadas.
Veran admite não poder deixar que a epidemia se volte a disseminar, caso a situação se venha a agravar o governante não descarta que sejam tomadas novas medidas, com muitos sectores a especularem sobre um possível terceiro confinamento.
São os 27 países da União Europeia que estão a vacinar desde hoje os seus cidadãos contra a Covid-19.
A vacina dos laboratórios Pfizer e BioNTech está a ser administrada, nomeadamente, a pessoal de saúde ou a idosos vulneráveis, numa primeira fase, até ir chegando às várias camadas da população.
Uma opção acertada no entender de Suzette Fernandes, encarregada de utentes no Hospital Henri Mondor de Créteil, perto de Paris, porque “assim ninguém pode dizer que uns foram favorecidos e outros deixados para trás“.
