A África do Sul identificou uma nova variante do novo coronavírus que as autoridades acreditam estar causando um aumento nas infecções por COVID-19, o que pode sobrecarregar o sistema de saúde.
Segundo a CNN, a nova variante, conhecida como 501.V2, foi descoberta por uma rede de cientistas da África do Sul que rastreou a genética do vírus SARS-COV-2.
A variante parece estar concentrada nas regiões sul e sudeste do país e tem dominado os resultados de amostras coletadas desde outubro, disseram os cientistas.
Identificada pela primeira vez na Baía Nelson Mandela, ao longo da costa leste da África do Sul, a variante se espalhou rapidamente para outros distritos do Cabo Oriental e para as províncias de Cabo Ocidental e KwaZulu Natal (KZN).
Os cientistas disseram que a variante é diferente de outras que circulam na África do Sul, pois tem múltiplas mutações em uma proteína “spike” que o vírus usa para infectar células humanas.
Além disso, a variante também tem sido associada a uma maior carga viral, o que significa uma maior concentração de partículas virais no corpo dos pacientes, contribuindo possivelmente para níveis mais elevados de transmissão.
Entre 80% e 90% dos novos casos no país são portadores da variante mutante, segundo autoridades de saúde.
As variantes relatadas pela África do Sul e pelo Reino Unido possuem uma alteração em comum na proteína spike, que pode torná-las mais infecciosas. No entanto, elas são variantes diferentes, e a análise do sequenciamento revelou que elas se originaram em separado, disse a Organização Mundial de Saúde.
“A variante ‘sul-africana’ é diferente da variante do Reino Unido, mas ambas contêm um número alto e incomum de mutações em comparação com outras linhagens de SARS-CoV-2”, disse o Dr. Andrew Preston, especialista em patogênese microbiana na Universidade de Bath.
As autoridades sul-africanas disseram que é muito cedo para afirmar se as vacinas actualmente em uso na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, ou se outras vacinas contra a COVID-19 em desenvolvimento, protegerão contra a nova variante.
Os desenvolvedores de vacinas, incluindo a AstraZeneca, a BioNTech e a Moderna, disseram nesta semana que esperam que as suas vacinas funcionem contra a variante do Reino Unido.