Distribuidores e grossistas de produtos do Grupo Castel Angola mostram-se preocupados com novas medidas adoptadas pela administração, no que toca a relação com empresariado nacional.
A maior empresa da indústria cervejeira do país tem preterido os distribuidores angolanos em detrimento de chineses e eritreus, depois da indicação de um novo director comercial, o
espanhol Alfredo António, segundo avança fonte de Luandapost.
Há acusação de que a empresa tem dado tratamento diferenciado alguns clientes, com realce para chineses e eritreus, contrariamente a revendedores angolanos com largos anos de ligação à Cuca, Eka e Nocal.
A direcção da Cuca suspendeu à consignação, ou seja, a venda que consiste em entregar bens a um vendedor, sem que haja um pagamento imediato, algo que vigorou até o princípio do ano de 2020.
A pretexto da crise económica que o país atravessa, agravada com a pandemia da Covid-19, a empresa administrada por Phillippe Frederic passou a exigir o pagamento na hora, abrindo, assim, espaço para a concorrência estrangeira.
Até pouco tempo, o mercado de distribuição ou venda à grosso dos produtos do Grupo Castel, era dominado por empresários nacionais, mas entrada de novos players num segmento altamente apetecível, como o mercado da cerveja, ameaça a supremacia da “prata” da casa.
Aliás, na cidade de Luanda, sobretudo na periferia, chineses e eritreus já levam vantagens, com destaque para Cacuaco, Viana, Cazenga e Sambizanga.
Actuando como se fossem de cooperativas, os grossistas estrangeiros não encontram “
barreira” para honrar compromissos financeiros com o fornecedor, tendo em conta as
avultadas somas monetárias que movimentam .
O facto de os empresários estrangeiros terem facilidade em pagar juros de 2% nos
financiamentos concedidos pelos seus países, à semelhança o que ocorre na indústria
panificadora, cujo domínio pertence a estrangeiros.