O presidente da Comissão da União Africana (UA), Mahmoud Ali Youssouf, alertou para o que considerou como obstáculos aos negócios, aludindo às decisões da administração norte-americana de aumentar tarifas e alargar proibições de viagens a mais 36 países africanos, incluindo os PALOP Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
“Quando 36 países da África não possuem ou são negados vistos para os Estados Unidos, como pode o comércio desenvolver-se entre as duas áreas? Quando as tarifas são impostas de forma abusiva contra os Estados africanos e, em alguns casos, mais de 40%, como é que os negócios se vão desenvolver?”, questionou, aplaudido pela plateia.
O responsável da União Africana lamentou também o fim do AGOA (Lei de Crescimento e Oportunidade para África),bem como os programas de ajuda ao desenvolvimento da USAID.
“Tudo isso foi abandonado. Alguém dizia que isso é um despertar para as nações africanas”, disse, salientando que a África vai depender cada vez mais dos seus recursos domésticos.
“Nós estamos a desenvolver políticas para mobilizar recursos nacionais, mas nós não podemos aceitar a rejeição de vistos. Nós não podemos aceitar tarifas infelizes que não têm nada a ver com as regras da Organização Mundial de Comércio”, criticou.
Por outro lado, salientou que a nova Comissão da União Africana se concentrou nos desafios da paz e da integração para pacificar o continente e promover os setores chave, tais como minerais e energia, saúde e agroindústria, infraestruturas e economia digital, “portadores de desenvolvimento e prosperidade”.
Lusa